Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira Junior, Wilson Elias de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154933
|
Resumo: |
Introdução: Por volta de oitenta por cento dos acidentes envolvendo ingestão de cáusticos ocorrem em crianças. A estenose cáustica do esôfago é a sua principal complicação com grande morbidade. Lesões neoplásicas esofágicas podem desenvolver-se como uma complicação tardia desta estenose com um tempo médio de aparecimento entre o acidente e o desenvolvimento neoplásico de 15 a 30 anos. Considerando este risco, biopsias seriadas do esôfago são recomendadas com o objetivo de detecção precoce de displasias. Assim, um conhecimento abrangente da relação biológica entre cáusticos e neoplasia esofágica é de grande importância na identificação de novos biomarcadores que possibilitariam tratamento precoce. MicroRNAs (miRNAs) são RNAs pequenos, não codificadores de proteínas que regulam importantes processos celulares e têm se mostrado como robustos biomarcadores. O perfil global de expressão de miRNAs nesta população, seguida da identificação dos miRNA-alvo, pode levar à identificação da presença e magnitude do dano ao material genético em amostra de tecido esofágico obtido de pacientes portadores de estenose cáustica. Objetivos: Determinar o perfil global da expressão de miRNAs em células da mucosa esofágica de crianças portadoras de lesões por ingestão de cáusticos, com o objetivo de identificar miRNAs como biomarcadores associados a tumorigênese esofágica nesta população específica. Materiais e Métodos: Vinte e sete amostras esofágicas fixadas em formalina e embebidas em parafina (FFPE) de 15 pacientes foram divididas em dois grupos de acordo com o tempo transcorrido entre o acidente e a estenose (Grupo A: menos de 5 anos; Grupo B: mais de 5 anos). Estes tecidos foram então pareados de acordo com o gênero, idade e ano da biópsia, e comparados a amostras esofágicas normais (macro e microscopicamente). Após o pareamento, as amostras foram microdissecadas com agulha e submetidas a extração do RNA usando o Recover AllTM Total Nucleic Acid Isolation Kit (Life Technologies). A análise de expressão global dos miRNAs foi realizada utilizando a plataforma TaqMan Array Human MicroRNA Cards (TLDA) (card A, v3.0) (Life Technologies). Os dados de expressão foram extraídos através do programa Expression Suite Software v1.0.3. Análises através de softwares de bioinformática foram utilizadas para identificar genes-alvo de miRNAs, construindo redes de interação proteica. Resultados: Nosso estudo demonstrou um número maior de miRNAs desregulados (FC≥1,5 e p<0.05) na mucosa esofágica de pacientes com menos de 5 anos após a ingestão cáustica. 13 miRNAs (9 super- e 4 subexpressos) na mucosa esofágica de pacientes do Grupo A demonstraram-se significantemente desreguladas quando comparados a tecidos esofágicos normais. No Grupo B, 2 miRNAs apresentaram-se super- e 2 subexpressos. Destes, 2 miRNA (miR-374 and miR-574) estão relacionados de forma contundente ao câncer de esôfago segundo estudos recentes. Quando executada a rede de interação proteica, nossa análise evidenciou um número importante de interações entre miRNAs e genes- alvos entre as vias de sinalização molecular da neoplasia de esôfago, com genes fortemente associados à sua tumorigênese. Conclusões: A análise do perfil de expressão global de miRNAs nesta população pediátrica específica é inédita na literatura. Os miRNAs aqui identificados podem estar associados a biologia da transformação esofágica maligna da estenose cáustica para o cancer de esôfago, mesmo nos primeiros anos após a lesão, podendo servir no futuro como novos biomarcadores moleculares de progressão à malignidade. Estudos multicêntricos que reúnam maior tamanho amostral necessitam ser realizados para confirmar os resultados aqui obtidos e elucidar melhor o mecanismo subjacente e à correlação entre estenose cáustica e câncer de esôfago. |