Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dias, Bárbara dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-25102023-133930/
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Resumo: |
A biópsia tecidual é a técnica mais utilizada para o diagnóstico e caracterização molecular do câncer. Entretanto, além de ser um procedimento invasivo, a biópsia tecidual é limitada à região do tecido selecionada, pouco representando a heterogeneidade do tumor. A necessidade de abordagens mais precisas e o avanço de tecnologias, impulsionam estudos que avaliam componentes circulando em biofluidos, a chamada “biópsia líquida”. Neste estudo foram avaliadas duas técnicas para detecção da presença tumoral a partir do plasma: a concentração e a variação no tamanho de vesículas extracelulares circulantes e o perfil de microRNAs circulantes. MicroRNAs são bons candidatos devido à sua estabilidade em plasma, em associação com proteínas específicas ou no interior de vesículas extracelulares. O câncer de cabeça e pescoço é o sétimo tipo de câncer mais comum no mundo. Foram selecionados portadores de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço nos subsítios laringe e orofaringe. A técnica pulso resistivo ajustável (TRPS) e citometria de fluxo foram utilizadas para a caracterização das vesículas extracelulares e microRNAs circulantes foram detectados utilizando a tecnologia nCounter, plataforma Nanostring. Adicionalmente, microRNAs e mRNAs presentes em tecido tumoral foram analisados para inferir a origem dos microRNAs circulantes e sua relação com a progressão tumoral. Observamos alterações na concentração de vesículas celulares na presença do tumor. A TRPS constitui uma técnica com bom potencial para aplicação em laboratórios clínicos por não necessitar de processamento complexo de amostras, entretanto os resultados demonstram que ajustes finos, dificilmente padronizáveis com o atual estado de desenvolvimento da tecnologia, são necessários para esta aplicação no futuro. O perfil de microRNAs no plasma mostrou diferenças significativas entre as amostras coletadas antes e após tratamento. A análise de expressão diferencial indicou 10 microRNAs diferencialmente expressos, sete já descritos em plasma ou soro de pacientes de CEPC e diferencialmente expressos quando comparados pacientes e indivíduos saudáveis. Em tecido, 79 microRNAs estavam diferencialmente expressos, sendo 48 com maior expressão e 31 com menor expressão em tecido tumoral. MicroRNAs com expressão elevada em tecido tumoral não refletiram nas moléculas mais expressão em plasma, assim como também encontramos microRNAs com menor expressão em tumor e maior expressão em plasma de paciente antes do tratamento. Como exemplo, o miR-150-5p visto mais expresso em plasma de pacientes antes do tratamento enquanto teve menor expressão no tecido tumoral. Ao analisar os dados de mRNA do tecido, genes preditos como alvos deste microRNA estavam mais expressos. Na literatura, o miR-150-5p já foi descrito como um supressor tumoral em CECP, porém encontrado em vesículas extracelulares derivadas de linhagens celulares, sugerindo um possível mecanismo de encapsulamento seletivo deste miRNA que explicaria a detecção elevada em plasma e não em tecido. A complexidade das interações que envolvem microRNAs e processos de liberação destas moléculas no plasma sugerem que a utilização de um perfil de expressão validado em diferentes coortes e não o uso de moléculas únicas é mais promissor para uma futura utilização como biomarcador para o diagnóstico e acompanhamento de resposta terapêutica em câncer. |