Reatividade e tolerância ao calor de fêmeas ovinas de diferentes grupos genéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paçó, Ana Luisa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/135897
Resumo: O estresse térmico tem sido reconhecido como um importante fator limitante da produção ovina nos trópicos. Dessa forma, o conhecimento das respostas fisiológicas é necessário como forma de embasamento técnico para introdução de novas raças em uma região. Além disso, diferenças no temperamento de animais de mesma raça ou de raças diferentes podem influenciar os índices finais de produtividade dos rebanhos. Os objetivos no presente trabalho foram avaliar o comportamento diurno a pasto de fêmeas ovinas de diferentes grupos genéticos nas estações de verão e de inverno, bem como suas respostas fisiológicas quando submetidas a um teste de tolerância ao calor, além de estudar a existência de diferenças entre grupos genéticos de ovinos para reatividade utilizando diferentes metodologias de avaliação. Foram utilizadas fêmeas dos grupos genéticos Santa Inês (S), Ile de France (I), Texel (T), Dorper (D), ½ D + ½ S, ½ T + ½ S e ½ I+ ½ S Os animais foram distribuídos em quatro grupos de manejo (GM) e durante três dias quentes, de céu aberto, foram realizadas medidas repetidas (8 horas e 14 horas) em cada animal, sendo avaliados a freqüência respiratória (FR), temperatura retal (TR), temperatura do pelame (TP), tempo de sudação (TS) e os níveis de hematócrito (HE) e proteína total (PT). O comportamento diurno a pasto desses animais foi avaliado, sendo registrados os tempos andando (And), de pastejo (Past), de ruminação em pé (PeR) e deitado (DeitR), em pé (Pe) e deitado (Deit), durante três dias nas estações de verão e de inverno. Para a avaliação da reatividade utilizaram-se diferentes metodologias, com o animal contido na balança de pesagem (Escore de deslocamento - DESL, escore tensão - TENS, balidos - BAL, coices - COI e movimento de raspar o chão com a pata dianteira - RASP) e após sua liberação (Tempo de Saída - TS e Escore de andamento - ANDA). As análises dos dados do teste de tolerância ao calor foram realizadas utilizando um modelo estatístico que incluiu os efeitos fixos de grupo genético (GG), grupo de manejo (GM), período (manhã e tarde) como medida repetida e a interação GG - período, além dos efeitos aleatórios de animal dentro de GG - GM e do resíduo. Para as análises dos dados de comportamento a pasto o modelo incluiu os efeitos fixos de grupo genético (GG), Hora (H) como medida repetida e a interação GG - H, além do animal dentro de GG e o resíduo como efeitos aleatórios. Os dados de reatividade foram analisados com modelo que incluiu os efeitos fixos de grupo genético (GG), dia de avaliação (DIA) e a interação GG - DIA, além dos efeitos aleatórios de animal dentro de GG e do resíduo. As variáveis DESL, TENS, BAL, COI, RASP e ANDA, após transformação para (yi + 0,5)1/2, foram também submetidas a uma análise de componentes principais (ACP). Todas as análises de variância foram realizadas pelo procedimento MIXED. Para todos os grupos genéticos, TR, FR, TS, TP e HE aumentaram da manhã para a tarde, após a exposição ao calor. O grupo genético apresentou efeito significativo sobre TR, FR e TS, mas não sobre TP e HE. Os animais das raças I e T apresentaram maiores TR (39,81 ± 0,08 oC; 39,67 ± 0,07 oC) e FR (90,70 ± 3,31 mov./min; 98,16 ± 2,70 mov./min), enquanto os da raça S apresentaram as menores TR (39,14 ± 0,07 oC) e FR (59,66 ± 2,7 mov./min) e os animais D (TR = 39,36 ± 0,07 oC e FR = 71,01 ± 2,97 mov./min) e cruzados ½ D + ½ S (TR = 39,18 ± 0,07 oC e FR = 62,49 ± 2,71 mov./min), ½ I + ½ S (TR 39,25 ± 0,07 oC e FR = 63,83 ± 2,60 mov./min) e ½ T + ½ S (TR = 39,34 ± 0,07 oC e FR = 67,46 ± 2,70 mov./min) apresentaram médias intermediárias. Já para TS, as maiores médias foram para os animais cruzados ½ D + ½ S (39,66 ± 1,95 s) e S (41,53 ± 1,95 s) e as menores para os animais T (33,71 ± 1,95 s), I (31,33 ± 2,38 s) e cruzados ½ I + ½ S (32,52 ± 1,87 s) e ½ T + ½ S (30,82 ±1,95 s). Durante a estação de verão não houve diferença entre os grupos genéticos para os comportamentos observados. No inverno, o menor tempo de pastejo foi observado para os grupos genéticos Texel (28,24 ± 1,19 min/hora), Ile de France (31,52 ± 1,19 min/hora) e Dorper (32,95 ± 1,33 min/hora). As maiores médias de tempo para os comportamentos Deit e DeitR foram observados para os grupos Texel e Ile de France, respectivamente. Os animais Texel e Ile de France demonstraram menor grau de adaptabilidade em relação aos aspectos comportamentais e fisiológicos observados neste estudo. Não foi observado diferença entre os grupos genéticos independentemente da metodologia de avaliação utilizada para as variáveis de reatividade. O escore de deslocamento, a tensão e o balido, dentre as variáveis avaliadas, foram as que melhor captaram a variabilidade para a reatividade existente entre os animais. Verificou-se redução dessas variáveis após sucessivas avaliações, indicando diminuição da reatividade dos animais.