O temperamento de bovinos confinados em diferentes disponibilidades de espaço e suas relações com o desempenho e a qualidade da carcaça e da carne

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Braga, Janaina da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136475
Resumo: O objetivo foi avaliar os efeitos do temperamento de bovinos confinados em diferentes disponibilidades de espaço (6, 12, e 24 m2/animal) no desempenho, na qualidade da carcaça e da carne bem como no bem-estar animal. Como objetivos específicos, destacamos: 1) avaliar os efeitos do espaço disponível no temperamento; 2) avaliar os efeitos do temperamento no desempenho e na qualidade da carcaça e da carne de bovinos confinados em diferentes disponibilidades de espaço; 3) avaliar os efeitos do temperamento na morfometria das glândulas adrenais e suas relações com a disponibilidade de espaço; 4) determinar a relação entre a morfometria das glândulas adrenais e a severidade dos hematomas nas carcaças bovinas, em diferentes disponibilidades de espaço. Foram avaliados 1.350 machos inteiros (450 Nelore e 900 cruzados Angus ou Caracu x Nelore) criados no pasto e terminados em um confinamento comercial. Temperamento foi avaliado pelo teste de velocidade de saída (VS) nos dias 0 (VS0), 35 (VS35) e 87 (ou dia final: VSfin) do período de confinamento. Desempenho, características de qualidade da carcaça, pH24h da carne, morfometria da adrenal e severidade dos hematomas nas carcaças foram avaliados. A VS diminuiu ao longo do período de confinamento (p < 0.01). No geral, VS não diferiu entre os animais mantidos em diferentes disponibilidades de espaço (p = 0.79) nem entre raças (p = 0.16). Interação entre espaço disponível e raça ou entre espaço disponível e VS0 ou VSfin não apresentaram nenhum efeito sobre as variáveis de desempenho ou características de qualidade de carcaça e carne (p > 0.05). Entretanto, animais calmos de acordo com a VSfin tiveram maior ganho de peso do dia 0 ao 35 (p < 0.0001) e estavam mais pesados no dia 35º (p < 0.0001) e 87º (p < 0.01) dia do confinamento e, consequentemente, produziram carcaças mais pesadas (p < 0.01) comparados aos intermediários e reativos. Independente do espaço disponível e da raça, animais reativos de acordo com VS0 apresentaram glândulas adrenais mais pesadas (p < 0.01) e com maior perímetro (p = 0.01) quando comparados com os calmos. Adicionalmente quando mantidos em reduzidos espaços disponíveis (6 ou 12 m2 por animal), os animais reativos apresentaram maior área cortical. Com relação à severidade dos hematomas, animais com glândulas adrenais com maior área medular, maior perímetro e mais pesadas (p < 0.05), mantidos em 6 ou 24 m2 por animal apresentaram maior severidade dos hematomas nas carcaças. Concluímos que as condições de confinamento aplicadas nesse estudo melhoraram o temperamento dos bovinos ao longo do tempo e que, independente do espaço disponível e da raça, os animais calmos apresentaram melhor desempenho produtivo do que os intermediários e reativos. A capacidade do animal em adaptar-se ao sistema de produção intensiva contribuiu favoravelmente para a qualidade da produção. Ainda, reduzido espaço disponível apresentou mais efeitos deletérios no bem-estar de animais reativos do que dos calmos. Além disso, animais mais estressados são mais prováveis de apresentar hematomas severos nas carcaças.