Relações militares no Cone Sul: da rivalidade à cooperação na área de segurança (1964-2007)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Aguilar, Sérgio Luiz Cruz [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93379
Resumo: A tese apresenta as relações militares que se estabeleceram entre os Estados do Cone Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) a partir da década de 1960 com o objetivo de analisar a construção da cooperação no campo da segurança. A análise foi balizada pelos entendimentos que essas relações foram ditadas pelos interesses internos de cada Estado; que a busca pela consecução desses objetivos sofreu a influência de fatores externos (mundial, regional e sub-regional), resultando em períodos de inimizade/amizade, cordialidade/rivalidade, conflito/cooperação; e que o processo de segurança se deu por interações (públicas e privadas, civis e militares) que permitiram alterações nas percepções de ameaças e, por conseguinte, nas práticas de segurança e defesa. Priorizando a representação documental da história e a empiria sobre a teoria e entendendo que a dinâmica de segurança faz com que haja uma interconexão por meio da qual a estabilidade global influencia na estabilidade regional e vice-versa, a análise englobou o sistema internacional, as organizações internacionais, os interesses dos Estados Unidos (EUA) e sua influência nos arranjos regionais de segurança; e os relacionamentos bilaterais e multilaterais dos Estados e os fatores internos que influenciaram o processo. Durante a Guerra Fria, os regimes militares, a estruturação do aparato de defesa dos Estados do Cone Sul e as relações que se estabeleceram entre eles relacionaram-se aos interesses de segurança dos EUA e a concepções geopolíticas próprias. Nesse período, alguns fatores conduziram a momentos de divergências ou rivalidade ao mesmo tempo em que sua lógica permitiu relações amistosas em decorrência da necessidade de preservação dos regimes e da própria segurança continental. Com o reordenamento do sistema pós-Guerra Fria, as tendências regionalistas, as ações das organizações internacionais, os processos de redemocratização e as alterações dos interesses de segurança dos EUA conduziram a relações baseadas na cooperação com o desenvolvimento das chamadas medidas de confiança mútua, a aceitação do conceito multidimensional de segurança e a novos arranjos de cooperação sub-regionais. Nesse quadro, os mecanismos criados entre os Estados do Cone Sul, especialmente no período pós-Guerra Fria, permitiram a configuração de uma rede de cooperação em segurança na sub-região.