Defesa e integração regional na América do Sul: a percepção de subimperialismo brasileiro nos jornais dos países do Cone Sul (2000 - 2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Torres, Leonardo Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25136
http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2019.m.20171679830
Resumo: A presente pesquisa teve como principal objetivo investigar se os países do Cone Sul percebem um caráter subimperialista na atuação brasileira no decorrer dos processos de integração regional em que o governo brasileiro tomou parte nesse século XXI, ou mesmo no incremento das capacidades de defesa do Brasil, ora em curso, fruto dos onze projetos estratégicos principais de suas Forças Armadas. A investigação empreendida mostra-se relevante em virtude da existência de matérias veiculadas em jornais e revistas, nacionais e internacionais, as quais registram críticas ostensivas à atuação brasileira no âmbito da América do Sul, particularmente no campo econômico-comercial, assim como lançam questionamentos atinentes ao campo da defesa. Inicialmente, buscou-se na Teoria das Relações Internacionais o suporte teórico necessário à compreensão dos motivos que levam os Estados a cooperarem ou não entre si, após o que abordou-se o papel desempenhado pelo Brasil no processo de integração regional sul-americano e na área de segurança e defesa. Levando-se em conta toda a pesquisa bibliográfica realizada até então, o trabalho empreende uma análise qualitativa e quantitativa do conteúdo presente nas duas principais fontes jornalísticas dos países do Cone Sul no que diz respeito à percepção de subimperialismo brasileiro em um ou em ambos os campos já referenciados. A investigação realizada apontou que Argentina, Chile e Uruguai não percebem a atuação do Brasil no campo econômico-comercial como subimperialista, de forma contrária, o Paraguai percebe a presença de um subimperialismo brasileiro claro. No que se refere ao campo da defesa, com foco nos projetos estratégicos brasileiros, os resultados indicaram que nenhum dos quatro países investigados percebe o aumento do poder militar do Brasil como uma ameaça subimperialista. Por fim, o estudo realizado reforça a interpretação de que a expansão de parcela do capital brasileiro pelos países sul-americanos refere-se a um movimento natural, fruto da dimensão territorial e econômica do Brasil, e que contribui para o desenvolvimento do subcontinente como um todo. De forma análoga, o incremento das capacidades de defesa do Brasil não só contribui para a promoção do desenvolvimento tecnológico e autossuficiência da indústria de defesa sul-americana, um dos objetivos da integração, como também serve como instrumento de dissuasão contra ataques de países estranhos ao subcontinente, contribuindo para a manutenção da América do Sul como zona de paz, afastada de guerras convencionais.