A expressão das evidencialidades reportativa e citativa no discurso jornalístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Miranda, Amanda Freiberger
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202648
Resumo: A evidencialidade é a categoria responsável por expressar a fonte da informação veiculada em um enunciado. Neste trabalho, são analisados os subtipos evidenciais reportatividade e citação, que apresentam uma informação adquirida de terceiros, diferenciando-se entre si na forma de transmitir tal informação. A distinção entre reportatividade e citação foi verificada em estudos sobre línguas que marcam a categoria gramaticalmente, atestando a sua sistematicidade. Sendo assim, interessa a este trabalho investigar como essas categorias se manifestam no português brasileiro, língua em que a expressão da evidencialidade é majoritariamente lexical, buscando identificar as diferenças pragmáticas, semânticas e morfossintáticas decorrentes de cada uso. Para tanto, partimos da classificação dos subtipos evidenciais feita com base na Gramática Discursivo-Funcional (GDF), que viabiliza a descrição dos fenômenos linguísticos a partir da consideração de uma ordem hierárquica dos níveis de organização do enunciado, em que a pragmática exerce determinações sobre todos os demais níveis. É justamente a possibilidade de considerar a influência da intenção comunicativa sobre a expressão linguística que torna esse modelo adequado para a caracterização de enunciados reportativos e citativos no discurso jornalístico do jornal online Folha de São Paulo, textos em que a fonte da informação aparece regularmente expressa. Para verificar os diferentes efeitos de sentidos decorrentes desses usos, foram recolhidas publicações de três seções diferentes do jornal, havendo diversidade de gênero e de foco temático. A hipótese investigada é a de que, nas línguas com expressão lexical da reportatividade e da citação, a diversidade de funções dessa categoria interpessoal se expressa sistematicamente na sua morfossintaxe. As ocorrências reportativas e citativas são analisadas segundo critérios pragmáticos (atenuação, asseveração ou ausência de marcas do falante original, des/comprometimento do enunciador, tipo de discurso, determinação da fonte), semânticos (tipo de verbo elocutivo, tempo e modo do verbo evidencial e do conteúdo relatado) e morfossintáticos (forma de expressão do evidencial e posição). Os resultados apontam a existência de diferenças sistêmicas na expressão lexical das subcategorias evidenciais de reportatividade e citação na língua portuguesa, comprovadas por meio de suas características pragmáticas, semânticas e morfossintáticas, e pelos diferentes efeitos de sentido gerados nas diferentes seções do jornal Folha de São Paulo.