Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Kapp-Barboza, Aline Maria Miguel [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151978
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Resumo: |
Considerando que a ideia de conhecimento prevê uma acessibilidade entre objetos linguísticos e cognitivos que só ganha sentido mediante a noção de uso, já que o conhecimento não ocorre fora de experiências significativas do sujeito com as referências do mundo ou das ações simbólicas humanas, o objetivo deste trabalho é descrever o verbo saber como um verbo de múltiplas funções no português do Brasil, buscando confirmar a hipótese de que ele pode ser considerado forma de expressão da evidencialidade lexical. Basicamente classificado como verbo de cognição, o verbo saber apresenta outras funcionalidades, como o uso modal epistêmico, em que se avalia o (des)comprometimento do sujeito com relação à proposição que ele apresenta, e o uso modal facultativo, em que se avalia a capacidade em realizar um estado-de-coisas. Verifica-se também um uso evidencial reportativo de domínio comum desse predicado, por meio do qual uma informação é apresentada como um conhecimento compartilhado entre falante e ouvinte. Além desses usos, nossa hipótese geral é a de que o verbo saber serve também à expressão da evidencialidade inferencial e dedutiva, respeitando a hierarquia dos evidenciais proposta por Hengeveld e Hattnher (2015). Assim, tomando como embasamento teórico-metodológico a Gramática DiscursivoFuncional, investigamos os domínios pragmático-semânticos e morfossintáticos que envolvem a multifuncionalidade desse verbo. A aceitação desse aparato teórico direciona para a escolha de um corpus que considere usos reais da língua, aqui representados pelo Banco de Dados Iboruna, pelo Corpus do Português e por ocorrências retiradas da internet. Para analisar os diferentes usos desse verbo, recorre-se à organização em camadas, e seus diferentes níveis hierárquicos de análise, proposta pela Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008, p.13). As análises confirmaram a existência de dois outros usos evidenciais do verbo saber ainda não descritos na literatura: inferencial e dedutivo. Além disso, esta pesquisa traz também como contribuição a distinção entre conhecimento e informação no que se refere às ocorrências com esse verbo. Demonstramos, portanto, ao longo desta investigação, que o verbo saber serve à expressão da evidencialidade lexical em português brasileiro, e, com isso, identificamos sete contextos de uso: cognitivo, informativo, modal epistêmico, modal facultativo, evidencial reportativo, evidencial inferencial e evidencial dedutivo. |