Barreiras socioespaciais, campo de possibilidades e projeto de vida: um estudo comparativo entre as juventudes escolares de Presidente Prudente e Flórida Paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moreti, Nicole Mieko Takada [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260021
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas espaciais cotidianas vivenciadas por estudantes nas cidades de Flórida Paulista (SP), uma cidade pequena, e Presidente Prudente (SP), uma cidade média. O escopo empírico da pesquisa concentra-se nos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, período noturno, de duas escolas públicas estaduais, uma em cada cidade. Em particular, busca-se compreender as trajetórias escolares, o campo de possibilidades em cada contexto geográfico (cidade pequena e cidade média), as relações entre os estudantes e suas dinâmicas e as práticas associadas ao cotidiano do espaço urbano – estudar, lazer, comprar, trabalhar, habitar e mobilidade. O objetivo é entender como o conteúdo da diferenciação e das desigualdades ocorre em contextos geográficos distintos, impondo barreiras socioespaciais ou estabelecendo pontes aos estudantes. Identificar as práticas socioespaciais cotidianas estabelecidas pelos estudantes na Geografia vivida é importante para a Geografia escolar. Isso possibilita a inclusão de elementos do lugar de vivência dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem, fomentando a formação cidadã e contribuindo para que os estudantes possam planejar seus projetos de vida. Adotamos metodologias de pesquisa qualitativas, incluindo observação participante, grupos focais e entrevistas, com foco nos sujeitos sociais e suas práticas socioespaciais, combinando a aplicação de um questionário socioeconômico junto aos estudantes, tendo em vista a construção de perfis individuais. Os resultados indicam que a transição da juventude para a idade adulta não é linear, sendo influenciada por diversos agentes externos, como família, grupos sociais, projetos sociais, atividades laborais e experiências urbanas. Esses elementos convergem de maneira complexa, moldando as perspectivas e visões de mundo dos jovens. Os resultados sugerem que a cidade pequena impõe mais restrições aos projetos de vida dos jovens, reforçando a cidade pequena como lócus de expulsão da população jovem. O contexto geográfico da cidade em que cada estudante está inserido desempenha um papel significativo nesse processo de transição da juventude para a fase adulta, influenciando diretamente em suas oportunidades e perspectivas de vida, presente e futura. No entanto, as barreiras oriundas do contexto geográfico não representam impossibilidades, mas sim desafios a serem superados para que os jovens alcancem seus objetivos. Ignorar a capacidade de intervenção dos indivíduos resultaria em uma avaliação que os retrataria como vítimas passivas em um cenário predefinido que dita os rumos de suas existências. Ao longo da pesquisa, enfatizou-se a importância da Geografia escolar como meio para que os jovens vislumbrem projetos de vida mais amplos. Nesse sentido, incluir a cultura geográfica dos estudantes-jovens como mediação para os conceitos e conteúdos geográficos em sala de aula, utilizando os elementos locais cotidianos, é um caminho promissor. Essa abordagem visa não apenas fornecer conhecimentos teóricos, mas também promover uma formação cidadã e contribuir para a ampliação do campo de possibilidades dos jovens, alinhada às vivências dos estudantes, incentivando-os a ampliar seus horizontes e a buscar novas oportunidades.