Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Sérgio de Oliveira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154022
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Resumo: |
A presente tese tem como objetivo trazer à baila que desde os textos do início de sua obra, Nietzsche destacou a indissociabilidade entre educação, civilização e cultura. No entanto, no que tange ao aumento da abrangência e das capacidades sensíveis e cognoscíveis dos seres humanos, o psicólogo/filósofo alemão designou uma disparidade entre os processos de formação (Bildung) e educação (Erziehung) ao pressupor que estes tenham no seio da civilização e da cultura finalidades e utilidades também díspares que, por sua vez, mobilizam disposições afetivas (psicofisiologias) distintas que fazem eclodir nos seres humanos, em seus processos de subjetivação, distintas necessidades e, assim, diferentes modos de pensar, conhecer e se relacionar com outrem. Assim, apesar de semelhantes em alguns aspectos, formação e educação são processos desiguais, pois a gama de afetos ou o sentimento predominante em cada um deles é diferente: na formação, o medo; na educação, o amor. E, nesse sentido, a formação visaria ao fomento e/ou à manutenção da civilização enquanto que a educação alargaria o espírito humano e propiciaria o (des)envolvimento da cultura (Kultur) e o cultivo (Zucht) de afetos diversos que condicionam a economia global da Vida – algo para além do “sentimento” de moralidade. Uma educação heroica neste tipo de cultivo é a arte e o poder de assimilação e de transfiguração de um corpo – de um ser humano e suas necessidades. “Quanta verdade suporta e ousa um espírito?”, questiona Nietzsche. Mas o que é a verdade se não um movimento autocontraditório entre um impulso à verdade e uma capacidade de incorporação de erros fundamentais (a presunção de que existam objetos, sujeitos, a substância, o igual etc.)? A fim de melhor problematizar e vivenciar tais perspectivas, a presente tese foi desenvolvida em três atos nos quais, o primeiro, a parte escrita, traz, grosso modo, a discussão até aqui apresentada. O segundo, a apresentação musical, tem como objetivo transfigurar o texto construído como “primeiro ato” de modo a realizar dois pontos de virada (de transvaloração) neste: primeiro trazer à superfície aquilo que costumeiramente fica oculto num texto: a dinâmica das forças e experiências de seu autor; e, também, fazer com que o texto saia da dimensão da formação (institucional na qual foi constituído) e caminhe para o campo da educação – a fim de que não se restrinja a ser mais um pedaço de pano triste, mas, sim, que sirva de solo para o cultivo de novas experiências e nova relações que fomentem a cultura: aquela fina pele que envolve a civilização e que na qual são projetadas e realizadas as mais fantásticas brincadeiras (e conquistas) humanas. É deste último intento que nasce o terceiro ato: a partilha das experiências vividas durante a apresentação do segundo ato – como um arranjo de forças criativas e espontâneas (encharcadas de afetos e afetações); um ato de criação conjunta, de perspectivismo ampliado no qual se faz possível uma ruptura com os modos tradicionais de produção (de um doutoramento) que são mais calculistas, racionalistas e necessários para se atingir certas “finalidades” do processo. |