Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Nacif, Rodrigo Thurler [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/310808
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Resumo: |
Na presente dissertação se planeja analisar formas e estratégias de ocupação do espaço social do povo indígena Guarani e de seu uso ecológico e economicamente dinâmico como fatores determinantes para a sua existência, observando as percepções nativas de território e paisagem, assim como em que grau elas dialogam ou conflitam com as definições jurídico-administrativas e as determinações político-econômicas do sistema estatal-capitalista em escala regional, nacional e internacional. O conceito de espaço vital é revisitado visando retomar os aspectos materiais da cultura necessários para a sua reprodução no tempo e no espaço, também na perspectiva das “sociedades contra o Estado”. A agricultura e a cultura alimentar, como elementos indissociáveis do território, são apresentados como um eixo fundamental para estabelecer as relações entre terra, corpo e alimento para o povo Guarani. O que faz o território Guarani ser diferente daquele ocupado pelo jurua (não-indígena)? Por que o Guarani conserva o seu próprio alimento e sua própria forma de prepará-lo, diferente do jurua? Por que a formação do corpo e a eternidade da alma Guarani dependem desses fatores? Qual a relação entre o alimento, o território e a busca pela perfeição? Este é o cenário sobre o qual se procura ao longo do trabalho: a) constatar as associações estabelecidas entre políticas públicas, mercado e pacotes tecnológicos para a agricultura, preparo e beneficiamento de alimentos, sejam eles convencionais ou alternativos, além de seus possíveis impactos positivos e negativos nas práticas agrícolas do povo Guarani e seus hábitos alimentares na região da Baixada Santista; b) observar em que grau as instituições públicas, os organismos não-governamentais e seus agentes buscam compreender de fato a complexidade do universo alimentar Guarani em sua dimensão ontológica para pensar suas ações; c) questionar em que medida a interação entre agentes indigenistas e comunidades indígenas contribui para a soberania alimentar dos povos originários e para enfrentar os ataques sistemáticos aos seus direitos territoriais e à tentativa de submissão global ao regime alimentar corporativo. Por fim, é apresentado um quadro geral dos Guarani no Estado de São Paulo, os desafios à gestão territorial, especialmente na Baixada Santista e um pequeno mapeamento de algumas das áreas produtivas de famílias que se dedicam à produção de alimentos nas aldeias. |