Categorias retórico-poéticas e produção de embates n'o desertor, de Manuel Inácio da Silva Alvarenga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cardoso, Patrícia Regina de Morais Bertolucci [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136235
Resumo: O trabalho que aqui se apresenta traz uma leitura do poema O Desertor: poema herói-cômico de Manuel Inácio da Silva Alvarenga, publicado em 1774, em Portugal, a partir de uma perspectiva de demonstração dos embates que residem no seu interior, no que diz respeito à transição de ideias do Antigo para o Novo regime, principalmente por meio do discurso de avaliação (leia-se elogio) à condução do processo político glosado na obra literária. Trata-se de um importante “manifesto” a favor da propagação das Luzes na Lusitânia no século XVIII e tem por tema a celebração da reforma na Universidade de Coimbra, empreendida pelo Marquês de Pombal, durante o reinado de D. Jose I. Para tanto, o louvor não se produz de maneira convencional, antes, pela produção do riso. Em outras palavras, o riso advém do recurso de adoção de modelos do gênero épico conferido a situações e personagens ridículos ou risíveis, cujas ações são vistas como vis. Nosso foco serão nos embates produzidos no âmbito da escritura da obra, todos eles produzidos – curiosamente – à luz do modelo conservador de discursos do antigo regime apoiados em modelos emuladores das poéticas da antiguidade greco-romana. Os deslocamentos, todavia, acabam por convergir para uma nova forma de escritura que não se desvencilha dos modelos antigos. Entretanto, passa a inserir ideias mais pragmáticas, buscadas na poética objetiva do poeta latino Horácio, promovendo, internamente, os ditos embates que, embora se pareçam inconciliáveis, segundo um olhar sobre a questão política, acomodam-se nos ajustes mais ou menos formais permitidos pelos recursos às orientações poéticas e retóricas empregadas por Silva Alvarenga.