Os letrados castelhanos no rastro das mulheres quatrocentistas: da defesa e da educação delas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mércuri, Danielle Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143458
Resumo: A composição de alguns tratados em defesa das mulheres durante o reinado de Juan II (1405- 1454) de Castela é representativa de um anseio que parece ter-se tornado comum entre os letrados desse reino a partir da primeira metade do século XV: não só impedir que as memórias e os feitos das nobres mulheres caíssem no esquecimento, mas sobretudo coibir que, acerca delas, se pronunciasse unicamente a aviltante palavra. Para percorrer tal caminho, esses nobres não puderam se eximir de travar um embate contra aqueles que, desde longa data, ou mesmo contemporaneamente a eles, insistiam em relegá-las ao esquecimento ou ao vitupério. Mas não apenas essas formas de arrazoado em favor delas trouxeram-nas à luz neste momento, os jogos de poder colocaram-lhes igualmente na mira das discussões promovidas pelos letrados, pois a crise sucessória que assolou o reino castelhano, na segunda metade do século XV, dividindo-o entre duas possíveis herdeiras da coroa – D. Juana (suposta filha de Enrique IV e neta de Juan II) e D. Isabel (irmã de Enrique IV e filha de Juan II) –, bem como a ascensão ao trono castelhano por D. Isabel (1474), vieram a reforçar, ainda que sob outra dimensão, o interesse dos castelhanos de dedicar-lhes comentários, ou mesmo de prestar-lhes serviços e preparar-lhes algumas orientações de conduta. Nesta pesquisa, propomo-nos indagar sobre os sentidos atribuídos à defesa e à educação das mulheres pelos letrados deste reino peninsular, a partir de algumas questões centrais, a saber: por que elas passaram a ser, de uma maneira mais regular, o mote e as destinatárias dos textos confeccionados pelos nobres castelhanos; que tipos de prescrições e recomendações estes homens prepararam para elas; quais fatores contribuíram para que algumas delas, especialmente as rainhas, fossem as principais interlocutoras e/ou demandantes destes textos e em que medida os debates estabelecidos entre alguns homens e as inquietações de algumas mulheres tornaram-se eixo das prescrições a elas dirigidas.