O trabalho dos indígenas da aldeia Te’ýikue na produção de cana-de-açúcar: significados e sentidos sob a perspectiva histórico-cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carniel, Renata Xavier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193605
Resumo: A temática central desta pesquisa versou sobre o trabalho executado pela população indígena da aldeia Te’yikue, localizada nas proximidades do município de Caarapó-MS, no corte de cana-de-açúcar entre os anos de 1980 e 2000. Fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico dialético e da psicologia histórico-cultural, buscou apreender os significados e sentidos constituídos pelos indígenas acerca do trabalho nas usinas de produção de açúcar e álcool. Quanto aos procedimentos metodológicos, o estudo empregou a entrevista narrativa com um conjunto de nove participantes, dentre os quais foram selecionadas três para a análise dos resultados, que seguiu a metodologia dos Núcleos de Significação. O estudo recuperou a trajetória histórica dos guaranis kaiowás, desde o tempo em que viviam em seus tekoha tradicionais até a chegada dos colonizadores que ocuparam seus territórios e exploraram sua força de trabalho em nome do processo civilizatório. Além do percurso histórico, a pesquisa abordou o contexto da contratação de mão de obra indígena pelas usinas que se instalaram no estado do Mato do Grosso do Sul por volta da década de 1980, e as implicações decorrentes desse tipo de trabalho para a vida dos indígenas. No que tange aos resultados, o estudo revela, primeiramente, que os sentidos sobre o trabalho se produzem por meio das ações individuais e coletivas e das relações de trabalho, vinculadas às condições materiais da comunidade indígena daquele momento, as quais distanciadas do significado social do trabalho se traduziram por processos fragmentados e alienadores. Outro indicador dos resultados, diz respeito a historicidade dos sentidos atribuídos ao trabalho; sua transitoriedade e multideterminação o definem como síntese na subjetividade humana confirmando os pressupostos metodológicos da pesquisa.