Aspectos morfofuncionais da mioarquitetura cardíaca e angiologia do ventrículo de Arapaima gigas (Osteoglossiformes, Arapaimidae) associados a alteração do modo de respiração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gardinal, Mario Vitor Buzete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153191
Resumo: O Arapaima gigas é uma espécie nativa da bacia amazônica que apresenta transição no modo de respiração. Em estágios iniciais do desenvolvimento, esta espécie possui respiração exclusivamente aquática, alterando para respiração aérea com aproximadamente 9 dias após eclosão dos ovos. Essa transição está associada a modificações morfológicas nas brânquias que se tornam cada vez menos eficientes para realizar trocas gasosas, tornando esta espécie progressivamente mais dependente do oxigênio atmosférico. Entretanto, não se sabe se esta característica pode afetar a morfologia cardíaca. Em relação ao coração de teleósteos, o ventrículo é uma câmara que exibe grande variabilidade morfológica entre as espécies e pode apresentar características específicas em espécies adaptadas a condições ambientais extremas. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi descrever a morfologia cardíaca em A. gigas com ênfase na mioarquitetura ventricular e a distribuição de vasos coronários durante etapas de seu desenvolvimento relacionadas a dependência da respiração aérea. Assim, foram utilizados espécimes distribuídos em três grupos de acordo com o peso dos animais e dependência da respiração aérea (grupo 1 – baixa dependência; grupo 2 – transição; grupo 3 – alta dependência). Os corações foram coletados e submetidos a análise anatômica, ultraestrutural e histológica. O ventrículo de A. gigas apresentou alterações anatômicas entre os grupos, exibindo inicialmente aspecto sacular com miocárdio inteiramente trabeculado (grupo 1) e posteriormente um formato piramidal definitivo com miocárdio misto (grupos 2 e 3). O miocárdio trabeculado apresentou uma organização distinta em forma de rede em todos os grupos, diferente do descrito em literatura para outros teleósteos. O bulbo arterioso exibiu pigmentação somente em exemplares do grupo 1, além de características anatômicas observadas apenas em membros da família Osteoglossidae até o momento. Estas características morfológicas se relacionam a aspectos fisiológicos descritos previamente no coração desta espécie e ainda, representam adaptações ao desenvolvimento de A. gigas em um ambiente hipóxico.