Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Tellini, Silvia Mara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180862
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Resumo: |
Ao posicionar os protagonistas em áreas de conflito, recontando suas memórias fragmentárias e turvas, Kazuo Ishiguro dá a possibilidade de vislumbrarmos a sociedade de uma perspectiva singular, observando a transformação de valores, bem como as consequências profundas para os personagens que já não encontram mais abrigo na segurança imaginária de um mundo racional positivista. Do mesmo modo, suas obras possuem a capacidade de oferecer um vislumbre na subjetividade e instabilidade interpretativa do leitor ao inventar uma técnica concisa de narrar caracterizada por reprimir e esconder os verdadeiros significados e por deslocar o movimento e as ações para os bastidores das cenas. Visando a uma leitura comparativa da trajetória do protagonista do segundo romance do romancista Kazuo Ishiguro, An Artist of the Floating World (1986), com a do narrador do seu quinto livro, When We Were Orphans (2000), este estudo enfoca as interrelações dos conceitos de memória e identidade, aliados ao contexto histórico, sob a luz de teorias ligadas aos estudos culturais, pós-coloniais e psicanálise. Assim que o detetive Christopher Banks de Orphans retorna a Shanghai em busca de seus pais desaparecidos, passa a projetar em sua narrativa um universo estranhamente fantasmagórico e onírico, expresso em uma memória que se fragmenta paralelamente à intensificação do caos provocado pela invasão japonesa durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Da mesma forma, o pintor Ono de An Artist também apresenta ao leitor lembranças perpassadas por duras perdas familiares e sociais durante a Segunda Guerra, que se projetam em uma narrativa instável, abrindo-se a amplas possibilidades interpretativas. As personagens, buscando dar sentido a um mundo sem sentido, através da busca em vão de coerência e continuidade em suas estórias, manifestam a capacidade humana de se auto-iludir, como apontado pelo comitê do prêmio Nobel de 2017 concedido a Ishiguro. O romancista possui a capacidade de explorar as identidades construídas nesse limiar entre memória coletiva e individual, entre esquecimento e lembrança, entre negação e desejo, usadas como mecanismos de sobrevivência e de renegociação com o passado. |