Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Thom, Murilo Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243391
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Resumo: |
Introdução: A escolha do fluido utilizado para reposição volêmica é um desafio em neurocirurgia. Objetivo do estudo: Avaliou-se os efeitos do Plasmalyte 148 ou da solução salina a 0,9% sobre o equilíbrio ácido-base e hidroeletrolítico em pacientes submetidos à cirurgia intracraniana. Delineamento: Ensaio clínico randomizado controlado duplo-cego. Cenário: Este estudo foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu no período de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020. Pacientes: Adultos submetidos a cirurgia intracraniana. Intervenções: Os pacientes foram randomizados para receber Plasmalyte 148 ou solução salina a 0,9% a 2 ml.kg-1.h1. O volume de fluidos foi ajustado de acordo com a pressão arterial média e a variação da pressão de pulso. Medições: Foram coletadas amostras de gasometria arterial e eletrólitos plasmáticos. O resultado da análise do pH sanguíneo ao término da cirurgia foi considerado como o desfecho primário. Os desfechos secundários foram a dosagem de HCO3-, excesso de bases e eletrólitos plasmáticos, lactato, glicemia, extubação em sala operatória, tempo de internação hospitalar e em unidade de terapia intensiva, déficit neurológico novo e mortalidade. Resultados principais: Trinta e três e trinta e cinco pacientes nos grupos Plasmalyte 148 e solução salina a 0,9%, respectivamente, completaram o estudo. Os volumes totais (mediana [quartis]) de cristaloides administrados foram 2.227 (1.416, 3.000) e 3.000 (2.000, 4.000) nos grupos Plasmalyte 148 e solução salina a 0,9%, respectivamente (p = 0,107). Ao término do procedimento cirúrgico, os valores médios (desvio padrão) de pH, HCO3-, excesso de bases e cloreto foram 7,39 ± 0,04 e 7,35 ± 0,05 (p < 0,001), 22,5 ± 1,8 e 20,6 ± 2,2 mmol.l-1 (p < 0,001), -1,6 ± 2,3 e -3,9 ± 2,6 (p < 0,001) e 109,1 ± 6,6 e 113,9 ± 4,5 mmol.l-1 (p = 0,001) nos grupos Plasmalyte 148 e salina a 0,9%, respectivamente. O cálcio iônico sérico foi reduzido no grupo Plasmalyte 148 em comparação com o grupo salina a 0,9% (1,14 ± 0,04 versus 1,17 ± 0,05 mmol.l-1; p = 0,040). Não houve diferenças entre os grupos quanto aos demais desfechos secundários. Conclusões: Para situações habituais de neurocirurgias eletivas sem grandes demandas de reposição volêmica, o uso do Plasmalyte 148 está associado a maiores valores de pH sanguíneo, bicarbonato arterial e excesso de bases, e mais baixos de cloro plasmático ao término da cirurgia, embora o pH permaneça dentro da faixa fisiológica normal em ambos os grupos, não implicando em acidose. Considerações finais: Não havendo diferença na incidência de distúrbios ácidobase ou eletrolíticos entre os grupos, entendemos que essa vantagem teórica do Plasmalyte não lhe garante relevância clínica suficiente para recomendar seu uso rotineiro sobre a amplamente utilizada, estudada, barata e segura solução salina a 0,9% em neurocirurgia. |