Fluidoterapia guiada por metas versus fluidoterapia convencional em adultos submetidos a procedimentos neurocirúrgicos: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lira, Carlos Cezar Sousa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253565
Resumo: Justificativa e Objetivos: existe uma associação entre a sobrecarga hídrica e de eletrólitos e desfechos clínicos desfavoráveis em indivíduos submetidos a procedimentos cirúrgicos. O objetivo do presente estudo foi comparar a eficácia e segurança entre diferentes modalidades de fluidoterapia durante a anestesia em pacientes adultos submetidos a procedimentos neurocirúrgicos. Métodos: foi conduzida revisão sistemática de acordo com as recomendações da Colaboração Cochrane e declaração PRISMA 2020. A estratégia de busca foi realizada nas principais bases de dados eletrônicas (PubMed, EMBASE, Cochrane CENTRAL, Lilacs, Scielo, Scopus e Web of Science) e a última pesquisa foi realizada em 27 de dezembro de 2023. Não houve restrições quanto a idioma, data, revista ou publicação. Foram incluídos somente estudos que avaliaram desfechos perioperatórios em paciente neurocirúrgicos submetidos a diferentes metodologias de reposição volêmica: fluidoterapia convencional e fluidoterapia guiada por metas. Dados de cada ensaio clínico randomizado (ECR) foram combinados utilizando o modelo de efeito randômico para cálculo do risco relativo (RR). Resultados: dos 3180 estudos identificados, 15 eram ECRs e foram incluídos na análise final. Não houve diferença estatisticamente significante entre os diferentes tipos de fluidoterapia com relação a falência renal, complicações de ferida operatória e a necessidade de reabordagem cirúrgica, assim como a quantidade de fluidos utilizados no intraoperatório, a perda sanguínea e a taxa de mortalidade. A fluidoretapia guiada por metas resultou em significante redução da incidência de complicações pulmonares (RR 0,49, IC 95%, 0,29 - 0,82, p=0,006) e complicações cardíacas (RR 0,20, IC 95%, 0,05 – 0,79, p=0,02). Notou-se, também, um menor tempo de internação hospitalar (RR -0,97, IC 95%, -1,44 – -0,49, p<0,0001) e de permanência na unidade de terapia intensiva (RR -3,88, IC 95%, -6,43 – -1,33, p=0,003) nos pacientes submetidos a fluidoterapia guiada por metas (RR 0,57, IC 95% 0,33-1,00, p=0,05). Conclusões: Esta revisão sistemática revelou que uma avaliação minuciosa de parâmetros hemodinâmicos e da resposta do paciente, aliado à sua aplicação da fluidoterapia guiada por metas, é imperativo em pacientes neurocirúrgicos. Essa abordagem tem sido associada à redução da incidência de complicações pulmonares e cardíacas, bem como a uma diminuição notável na duração da estadia hospitalar e da permanência na UTI. No entanto, há uma necessidade discernível de ensaios clínicos randomizados adicionais no futuro, focando especialmente em desfechos onde os dados não demonstraram significância estatística.