A criança que insiste em nós: o encontro da astronomia com a psicanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Gleici Kelly de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257664
Resumo: Este trabalho amplia os horizontes teóricos relacionados à criança na Educação em Astronomia ao refletir sobre os possíveis delineamentos do letramento científico no Ensino de Astronomia para crianças, permeado pelo olhar da teoria psicanalítica. A questão de pesquisa é: Quais as cadeias de significantes que podem ser formadas ao propormos o Ensino de Astronomia para crianças por meio de um modo outro de apresentar o letramento científico a partir de aproximações com o recorte psicanalítico? Assim, teve como objetivo estabelecer proposições do letramento científico para crianças a partir da teoria psicanalítica na Educação em Astronomia. A pesquisa foi caracterizada como explicativa de abordagem qualitativa e a sua constituição tem o campo psicanalítico como aporte, mais especificamente as teorias freudiana e lacaniana, bem como os campos da Psicanálise e Educação, além do diálogo com os referenciais teóricos da Educação em Astronomia e Ciências, e das teorias benjaminiana e bachelardiana. Os conceitos manejados ao longo do trabalho formaram a imagem da Constelação do Letramento Astronômico, em que cada estrela representa um significante: Espaço, Experiência, Palavra, Devaneio e Brincar; todas conectadas pelo campo transferencial. Tal imagem propõe um ensino de astronomia pensado por sujeitos sensíveis ao inconsciente, ao desejo, à alteridade e à linguagem. O letramento astronômico no Ensino de Astronomia precisa ser pensado também pelo campo subjetivo, da mediação, da linguagem e da realidade do desejo. Pelas relações estabelecidas nesta pesquisa, a Psicanálise pode contribuir com a noção de transferência e de educar para realidade do desejo no letramento científico, esta última, vista enquanto reconhecimento das medidas parciais do desejo, que afetam diretamente o ensino e o saber na astronomia. As considerações colocaram em foco a origem sexual da pesquisa infantil, por meio da pulsão sexual que se desloca para a pulsão de saber pela sublimação, além de evidenciarem a posição da criança enquanto sujeito do discurso e do desejo. Ao brincar com os objetos e com as palavras, as crianças vão se desenvolvendo, como visto no estádio do espelho, e conseguindo ampliar sua imaginação, de forma que a Psicanálise mostra outra face da criança e da infância. O campo psicanalítico mostrou-se bastante profícuo para pensar a Educação em Astronomia e seus processos de ensino, bem como na compreensão de sujeito. Pesquisas futuras podem ampliar o referencial teórico metodológico psicanalítico para o Ensino de Astronomia, bem como suas implicações interpretativas, como análises discursivas.