Marcas de recriação nas edições não-póstumas de Innocencia: a lição horaciana sobre domínio do assunto, descrição e lima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Prado, Elisa dos Santos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154067
Resumo: Fruto do cotejo de três edições não póstumas do romance Innocencia, esta tese objetiva, à luz da leitura da Epistula ad Pisones, de Horácio, demonstrar e analisar o processo de reelaboração textual realizado pelo Visconde de Taunay em sua obra mais famosa. O estudo busca responder aos seguintes questionamentos: Por que e como Innocencia se transformou? O método utilizado para tal objetivo baseia-se nas orientações da crítica textual e da crítica genética, compondo uma amostragem (demonstratio) resultante do trabalho com cinco capítulos retirados da primeira, segunda e quarta edições do romance, publicadas em 1872, 1884 e 1899, respectivamente, culminando na collatio, que eliminou a terceira edição do processo por ser cópia da segunda. O recorte estipulado na eleição de cinco capítulos permite que se contemple a extensão do romance, haja vista que foram selecionados do início, meio e final da narrativa (capítulos 1,8,15, 23 e 30). O cotejo das edições revela a constante preocupação e insatisfação de Taunay com seu texto, primeiramente em virtude de sua autocrítica, alicerçada na formação intelectual e artística recebida da família; também em relação ao consciente desejo e expectativa quanto à recepção do romance pelo público e, por fim, pela aguardada aceitação e pronunciamento por parte da crítica especializada. Sustentamos a tese de que esses três aspectos tenham se coadunado para a opção pela reescrita do romance a partir da segunda edição (1884), na qual se comprova que o texto foi bastante modificado, servindo de base para as futuras alterações na quarta edição (1899). O contato com os documentos do processo revela um projeto artístico baseado na racionalidade e orientado por preceitos clássicos das lições de Horácio, em sua Epistula, na insistente busca de Taunay por tornar o romance perene, perfeito e belo. A relação entre Innocencia e os princípios horacianos são abordadas em três categorias: domínio do assunto; descrição (ut pictura poesis) e lima, as quais demonstram que Taunay conjugou ars e ingenium, tanto na composição quanto na reescrita de Innocencia, tornando o texto mais literário pelo processo da lima.