Configurações do grotesco nos romances de Lourenço Mutarelli: transgressões da representação e do discurso narrativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Matheus Victor [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250065
Resumo: Figura ímpar na Literatura brasileira, Lourenço Mutarelli evoca ricamente em sua escrita o horror, o bizarro, o feio e o abjeto. Tecendo uma representação peculiar da realidade contemporânea, chama a atenção o traço perturbador que sua produção como um todo apresenta ao leitor. Buscando investigar os sentidos e a construção dessa perturbação, este trabalho dedica-se a analisar as configurações da estética grotesca em sua obra a partir de dois romances fundamentais do autor: O cheiro do ralo (2002) e Miguel e os demônios (2009). Partindo das premissas das principais teorias do grotesco, o presente trabalho procura analisar estruturalmente e esteticamente as figurações grotescas dos romances, estabelecendo uma leitura que busca considerar o imenso referencial simbólico, cultural, histórico e intertextual que as obras do autor tecem. Sua construção do grotesco, contudo, apresenta um extravasamento do campo semântico que ecoa e contamina também o campo do próprio discurso narrativo. Visamos, portanto, compreender como o ilogismo mutarelliano edifica-se a partir da construção tanto temática quanto estrutural de uma visão grotesca sobre o real, resultando em uma mímese própria e profundamente singular ao autor em questão. Tendo em vista este objetivo, foi-nos possível compreender de forma mais acertada o lugar ocupado pela obra de Mutarelli enquanto representativa e crítica da sociedade contemporânea, bem como o lugar que o grotesco ocupa na mímese de seus romances.