Cigarros e fezes: o absurdo na ficção contemporânea de Lourenço Mutarelli
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23090 |
Resumo: | Na leitura das obras de Lourenço Mutarelli, quadrinista e romancista já conceituado no cenário contemporâneo da literatura brasileira, é comum se deparar com a construção de universos grotescos, sujos, intensamente urbanos e apaticamente desoladores. Seus protagonistas são figuras patéticas, fracassadas, incompletas e perigosas de diferentes formas (normalmente tanto para os outros, quanto para eles mesmos). Além disso, os enredos que se desenvolvem a partir e ao redor de tais personagens parecem expor uma impotência, a eles inerente, diante da aparente falta de sentido em suas vidas. Tão eficaz é a narrativa mutarelliana em sua simplicidade, que a insensatez dos romances parece se estender para além do campo literário, tornando latente uma possível falta de sentido na realidade do próprio leitor. Com base nesse efeito e fundamentando-se no conceito de absurdo como proposto por Albert Camus em seu ensaio O Mito de Sísifo (2023), a presente pesquisa pretende expor como os romances de Lourenço Mutarelli, tendo o absurdo como fundamento existencial de seus universos fictícios, possibilitam/engatilham o acesso a uma contemporaneidade absurda através da representação de diferentes respostas ao fenômeno do absurdo. Com esse fim em mente, foram selecionados os romances O Natimorto: um musical silencioso (2018) e O Cheiro do Ralo (2009), de Lourenço Mutarelli, e, a partir de suas leituras, apoiadas nos escritos de Gaston Bachelard (1978), Carl G. Jung (2002; 2008; 2014), Félix Guattari (1992), entre outros, demonstrar-se-á como o espaço literário e o foco no universo interno dos protagonistas funcionam como meios de representação do (sentimento e noção do) absurdo e das diferentes saídas que o indivíduo pode escolher para a resolução dessa questão: suicídio e existência absurda |