Arte e Religião na tetralogia de Durtal, de J.-K. Huysmans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Glaucia Benedita [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204216
Resumo: A carreira do escritor Joris-Karl Huysmans foi marcada pelo lançamento de À rebours (1884), obra que se distanciava dos padrões romanescos vigentes na época. Anos depois, o romancista escreveu uma sequência de quatro obras cuja temática girava em torno do misticismo, mantendo, ao longo de todo o enredo, Durtal como protagonista. O fato de elaborar uma personagem que dedicou sua vida a uma busca por conhecimentos referentes ao satanismo e ao cristianismo induziu a crítica e o público leitor a crer que as obras constituíam um estudo de personagem ou de uma espécie de coleção voltada aos seguidores do catolicismo, do qual o próprio Huysmans, a partir de sua conversão em 1892, fazia parte. A crença pessoal do autor também suscitou discussões acerca da possibilidade de que Durtal tivesse sido criado como um alter ego, o que, para uns, era uma maneira de contar sua história pessoal e, para outros, de promover a venda de seus livros. Entretanto, mais do que a história de Durtal ou lições de ortodoxia católica, Là-bas (1891), En route (1895), La cathédrale (1898) e L’oblat (1903) foram desenvolvidos a partir do desejo de Durtal de pesquisar e escrever sobre diversificadas manifestações artísticas, da literatura à arquitetura. Além das narrativas de ficção, Huysmans produzia regularmente críticas dos Salões e Exposições de Arte, fato que possibilitou ao autor elaborar um pensamento próprio a respeito da Arte e incorporá-lo à sua obra romanesca mediante reflexões de personagens e descrições expressivas de diferentes modalidades de obras de arte. Tais descrições vívidas, — écfrases, — compunham uma representação da arte refratada pela sensibilidade e experiências de vária natureza de Durtal, intimamente associadas. Assim, as ideias do protagonista tinham mais relevância do que sua presença física, fator fundamental para o desenvolvimento desta tese, que demonstrou, com base nos romances e nos relatos do autor, elementos que estabeleceram a Arte como objeto de principal destaque na tetralogia. Nos anexos e apêndices, estão uma entrevista feita com Huysmans e um prefácio escrito por ele, bem como suas respectivas traduções, pois estes textos têm apontamentos relevantes para o entendimento do método de escrita do autor.