Análise dos resultados da microcirurgia de laringe de pacientes disfônicos portadores de lesões laríngeas benignas do HCFMB-UNESP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lima Neto, Jose Luiz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202868
Resumo: Introdução: Lesões laríngeas benignas causam disfonias e muitas são irreversíveis aos tratamentos clínicos, exigindo microcirurgia. A manipulação cirúrgica é delicada e restrita à lesão. Entretanto, a recuperação vocal completa pode ser lenta, e cursar com cicatrizes. A literatura é escassa na demonstração dos resultados da microcirurgia de laringe bem como na identificação dos fatores que retardam a recuperação vocal. Objetivos: analisar os resultados das microcirurgias de laringe realizadas em pacientes adultos no HC Unesp. Metodologia: estudo retrospectivo. Foram avaliados os registros clínicos dos pacientes adultos atendidos no ambulatório de Distúrbios da Voz do HC-FMB submetidos à microcirurgia de laringe nos últimos dois anos. Parâmetros pré e pós-operatórios analisados: dados demográficos, laudos videolaringoscópicos, tempo de cirurgia, adesão à fonoterapia, tabagismo, sintomas vocais, avaliação vocal perceptivo-auditiva e acústica. Resultados: Foram incluídos 44 pacientes (10 H; 14M), 70% entre 41 a 60 anos. As avaliações pós-operatórias foram realizadas entre três e seis meses. Indicações cirúrgicas: edema de Reinke (29), pólipos (9), cistos (5), nódulos (1). Houve predomínio de mulheres em todas as lesões. A maioria dos pacientes não abandonou o tabagismo no pós-operatório. No pós-operatório, houve melhora completa da voz em 19 pacientes (43%) e parcial em 25 (57%), sendo edema de Reinke (19), pólipos (3), cisto (2) e nódulos (1). A adesão à fonoterapia foi registrada em menos de 50% dos casos. As análises dos parâmetros vocais perceptivo-auditivos foram significativas nos pacientes com edema de Reinke (G e R) e pólipos (B). Nas análises acústicas no edema de Reinke houve aumento de F0 e diminuição dos parâmetros %jitter, PPQ, % shimmer, APQ, especialmente nas mulheres. Nos pólipos houve diminuição dos valores de f0 e % jittter nas mulhres. As análises vocais de cistos não foram expressivas. Os exames de videolaringoscopias do pós operatório indicaram: exames normais (13), hiperemia /edema (edema de Reinke – 20; pólipos – 2; cisto – 2; nódulos – 1), e lesão remanescente (edema de Reinke – 1). Conclusões: Registramos melhora expressiva da voz, na maioria dos pacientes submetidos à microcirurgia de laringe por lesões benignas, no follow up de três a seis meses. Alguns pacientes mantiveram os sintomas vocais, embora de menor intensidade, alterações nas análises vocais e nos exames videolaringoscópicos. Destacamos como possíveis causas a manutenção do tabagismo, o abuso vocal precoce, a baixa adesão à fonoterapia no pós-operatório e a necessidade de registros em seguimentos mais tardios, dependendo do tipo de lesão laríngea e do procedimento cirúrgico.