Microcirurgia de laringe no tratamento de crianças disfônicas: Quando e por que indicar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Siqueira, Dândara Bernardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153004
Resumo: Introdução: A disfonia afeta 10% da população infantil, com pico de incidência entre cinco e dez anos, especialmente os meninos. Após essa faixa etária, observa-se uma mudança no comportamento com predomínio no sexo feminino. Os nódulos vocais são as lesões mais frequentes, seguidas pelos cistos. Além dessas, as alterações estruturais mínimas são alterações congênitas da laringe que também provocam disfonia, como por exemplo: sulco vocal, microweb, ponte de mucosa e cisto epidérmico. Não há consenso na literatura entre os autores quanto às indicações de microcirurgia de laringe em crianças, exceto nos casos de dispnéia e/ou estridor. Objetivos: Descrever nossa experiência com microcirurgia de laringe na infância e propor um protocolo de conduta terapêutica para as lesões mais prevalentes. Material e métodos: Estudo do tipo transversal que incluiu crianças de quatro a 18 anos atendidas em um hospital universitário nos últimos cinco anos com indicação de microcirurgia de laringe após um período de tratamento fonoterápico regular. Os critérios de exclusão foram: crianças que não permitiram videolaringoscopia, que perderam seguimento ou que realizaram fonoterapia irregular ou inconstante. Os resultados do tratamento foram avaliados após seis meses da cirurgia e classificados didaticamente em três tipos: melhora total (sem sintomas vocais e videolaringoscopia normal), melhora parcial (com algum grau de sintomas vocais e/ou lesões remanescentes ao exame videolaringoscópico) ou sem melhora (persistência de sintomas vocais na mesma intensidade e/ou lesão ao exame videolaringoscópico). Resultados: Foram selecionadas 119 crianças no estudo, com predomínio no sexo masculino até os 12 anos e do sexo feminino após essa idade. Destes, 29 pacientes foram submetidos à microcirurgia (M-14; F-15) com as seguintes indicações: cistos epidérmicos (n-12), nódulos vocais (n-12), sulco vocal (n-3), ponte de mucosa bilateral (n-1) e microweb (n-1). Todas as crianças foram previamente submetidas à fonoterapia de forma regular e a indicação cirúrgica se deu após o insucesso da mesma. Das crianças com nódulos vocais, houve indicação de microcirurgia em 15,38% dos casos com desfecho favorável em 75,00% deles. Dentre as crianças com cisto vocal, todas apresentavam o tipo epidérmico e nos casos cirúrgicos foi utilizada a técnica de microflap lateral. O sucesso da cirurgia nesses pacientes foi de 83,34%. Os casos de sulco vocal e ponte de mucosa realizaram microcirurgia somente após a puberdade e em nenhum caso foi observado resultado completamente satisfatório. Um único caso de microweb teve indicação cirúrgica com melhora apenas parcial. Conclusão: Apresentamos as principais indicações e os resultados da microcirurgia de laringe adotadas em nosso serviço em crianças disfônicas. Os resultados mais favoráveis foram observados nos casos de cistos e nódulos vocais e a partir deles elaboramos um fluxograma de condutas terapêuticas, que resultou em um protocolo que poderá ser compartilhado por outros autores, a fim de se determinar o melhor tratamento para as disfonias da infância.