Influência da empagliflozina sobre à remodelação cardíaca induzida por infarto do miocárdio em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Damatto, Felipe César
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214926
Resumo: Introdução: O infarto do miocárdio (IM) está entre as principais causas de mortalidade no mundo e, quando não evolui a óbito, pode resultar em remodelação cardíaca e insuficiência cardíaca. Estudos recentes com inibidores seletivos da proteína co-transportadora de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2), usados no tratamento de diabetes, sugerem possível melhora de agravo cardiovascular devido à atenuação da remodelação cardíaca. Os efeitos benéficos podem ser devido às alterações no metabolismo energético, glicemia, adiposidade visceral, concentração sérica de insulina, pressão sanguínea, estresse oxidativo, função endotelial, progressão de doença renal, e a possibilidade de modular beneficamente proteínas co-transportadoras de cálcio no coração. O presente estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do inibidor da SGLT2 empagliflozina (EMP) sobre o coração de ratos submetido à remodelação cardíaca induzida por IM. Métodos: Foram constituídos quatro grupos de ratos Wistar machos: sem infarto (SHAM; n=22); sem infarto e com EMP (SHAM+EMP; n=22); com infarto (IM; n=22); com infarto e com EMP (IM+EMP; n=22). EMP foi adicionada à ração na dose de 5 mg/kg/dia, durante 12 semanas. Dez dias após o infarto e ao final do período experimental foram realizados ecocardiogramas transtorácicos. Foi realizada análise histológica para determinar o tamanho do infarto, fração colágena intersticial e tamanho dos cardiomiócitos. As análises do estresse oxidativo, do metabolismo energético e a atividade do complexo respiratório foram realizadas em miocárdio do ventrículo esquerdo por espectrofotometria. As comparações entre os grupos foram realizadas por ANOVA de duas vias. A comparação entre o tamanho dos infartos foi realizada pelo teste t de Student. Para análise de frequência de sinais clínicos foi usado o teste de Goodman. Resultados: Os animais infartados tratados apresentaram maior consumo de ração e água e maior taxa glicêmica que os ratos infartados não tratados. No entanto, o peso corporal não foi diferente entre os grupos ao final do estudo. A efusão pleural foi observada em 50% dos ratos do grupo IM e nenhum caso no grupo IM+EMP (p<0,01). A EMP não causou diferença no tamanho dos infartos, na fração colágena intersticial e no diâmetro dos cardiomiócitos. Em relação as variáveis ecocardiográficas, o tratamento com EMP reduziu o diâmetro do átrio esquerdo em animais infartados. As demais variáveis não mostraram diferença estatística com o tratamento. O estresse oxidativo, avaliado pela concentração miocárdica de hidroperóxido de lipídeo foi menor no grupo IM+EMP em relação ao grupo IM. No entanto, as enzimas antioxidantes catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase não se alteraram com a EMP. Nos grupos infartados, as enzimas do metabolismo energético lactato desidrogenase e citrato sintase mostraram-se elevados, e a enzima beta hidroxiacil-CoA desidrogenase se mostrou reduzida. Não houve diferença significante entre os grupos infartados. O complexo respiratório I, II e ATP sintase não foi diferente entre os grupos infartados. Conclusão: No modelo de infarto do miocárdio em ratos não diabéticos, a empagliflozina diminui o diâmetro do átrio esquerdo, melhora o estresse oxidativo e evita a ocorrência de derrame pleural que é um dos sinais de insuficiência cardíaca congestiva.