Perfil epidemiológico, modulação autonômica cardíaca e escores de risco cirúrgico de indivíduos eletivos para cirurgia de revascularização do miocárdio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Al-Lage, Jéssica Guimarães [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190800
Resumo: Introdução: Em decorrência do número elevado de comorbidades associadas à Doença Arterial Coronariana (DAC), os modelos de previsão de risco para cirurgia cardíaca foram desenvolvidos com a finalidade de melhor caracterizar os fatores que influenciam os resultados deste procedimento. Além dos escores de risco utilizados mundialmente “European System for Cardiac Operative Risk Evaluation” (EUROSCORE II) e “Society of Thoracic Surgeons” (STS), a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) tem surgido como um novo instrumento de previsão do risco cardiovascular e cirúrgico. Objetivo: Caracterizar os pacientes eletivos para cirurgia de revascularização do miocárdio na região de Marília-SP-Brasil, quanto aos fatores de risco e controle neural do coração; Verificar se existe correlação entre os índices da VFC e os escores de risco cirúrgico EUROSCORE II e STS. Amostra: Foi composta por indivíduos de ambos os sexos, acima de 50 anos, eletivos para cirurgia de revascularização do miocárdio (Hospital Santa Casa de Misericórdia de Marília). O Grupo Controle (GC) foi composto por indivíduos de ambos os sexos, acima de 50 anos, saudáveis. Procedimentos do Estudo: Foi realizada a anamnese na qual foram avaliados os fatores de risco para doença cardiovascular. O registro do intervalos RR foi obtido na postura decúbito dorsal, por 20 minutos, em respiração espontânea. Os índices da VFC (lineares e não lineares) foram analisados, comparados com um grupo controle e correlacionados com valores obtidos do EUROSCORE II e STS. Os dados obtidos foram organizados sob a forma de estatística descritiva, com valores de média e desvio padrão. A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Kolmolgorov-Smirnov. A correlação entre as variáveis foi analisada pelo teste não paramétrico de correlação de Spearman. Para comparar os dados de ambos os grupos foi aplicado o teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Houve predominância de pacientes do sexo masculino, de raça branca, casados, com média de idade de 61,2 anos, renda mensal e grau de escolaridade precários e em ocupações consideradas de alto risco. Os fatores de risco mais observados foram o sedentarismo, a hipertensão arterial sistêmica, os antecedentes familiares com histórico de comprometimento cardiovascular e a obesidade abdominal. Os valores de índices globais SDNN = 21,52±8,85 (p = 0,01) e LF/HF = 1,37±1,04 (p = 0,001); e os parassimpáticos SD1 = 14,35±8,25 (p = 0,0002) e DFAα1 = 0,90±0,29 (p = 0,009), foram significativamente menores em pacientes com DAC quando comparados ao GC (SDNN = 30,96±14,86; LF/HF = 2,02±1,38; SD1 = 18,17±12,82; DFAα1 = 1,44±0,23). Os valores médios dos escores STS e EUROSCORE II foram respectivamente 0,59±0,44 e 1,02±0,59. Houve correlação significativa entre o STS e o iRR (r = -0,497), SDNN (r = -0,457), MeanHR (r = 0,511) e SD2 (r = -0,54) e não houve correlação dos índices da VFC com o EUROSCORE II. Conclusão: Pacientes com DAC, eletivos para cirurgia de revascularização do miocárdio sendo em sua maioria sedentários, hipertensos, com histórico familiar de comprometimento cardiovascular e obesidade abdominal, apresentam redução da variabilidade cardíaca global e parassimpática. O índice SDNN indica que quanto maior o número de artérias com acometimento grave, menor a variabilidade cardíaca global. Os índices da VFC denominados iRR, SDNN e SD2 correlacionaram-se negativamente com o escore de risco STS; e o MeanHR obteve correlação positiva com o mesmo.