A polêmica, no campo político, sobre a legalização da maconha medicinal no Brasil: uma abordagem discursiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Felipe, Mariana Alves Machado Pelegrini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255615
Resumo: Este trabalho de investigação verifica em que medida se dá a relação entre os discursos que circulam atualmente em nossa sociedade a respeito de uma possível legalização da maconha no país. Para tanto, mobilizando conceitos concernentes à Análise do Discurso Francesa, mais especificamente os pressupostos teóricos de Dominique Maingueneau (2008 [1984]), partimos da premissa de que, se o interdiscurso precede o discurso, como entende o autor, os discursos que circulam em torno do tema da legalização da maconha no Brasil emergem a partir de uma relação polêmica. Em nosso trabalho de análise, identificamos o campo político como fronteira na qual o embate parece ser frutífero, em um espaço discursivo onde dois posicionamentos lutam pela legitimidade enunciativa a respeito de uma possível liberação da maconha no país – posicionamentos a que chamamos conservador e progressista. O que se percebe, na circulação desses discursos, é que, por parte de quem é contra a legalização – os conservadores –, a aprovação do PL 399/2015 pressupõe promover a liberação de drogas no país; o discurso de quem é a favor – os progressistas –, por sua vez, defende que a aprovação do projeto promoverá acesso a medicamento para a população que precisa. Esse desentendimento recíproco, que aparece como elemento fundador da relação polêmica, está vinculado à grade semântica de cada um desses discursos. Sendo assim, tais posicionamentos só podem relacionar-se por meio de uma interincompreensão generalizada, já que lutam pela validade enunciativa em um espaço discursivo. Não parece possível, pois, que esses discursos coexistam de qualquer outro modo que não seja por meio de uma relação polêmica (Maingueneau, 2008 [1984]), na qual o Outro é sempre entendido nos termos de um simulacro.