Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Raquel Colombo [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151324
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Resumo: |
O processo de urbanização promove a modificação no uso da terra e torna as áreas urbanas em um complexo mosaico de ambientes naturais e antrópicos. A maracanã- pequena (Diopsittaca nobilis - Psittacidae) teve sua população drasticamente reduzida no estado de São Paulo, todavia apresenta diversas populações recentemente estabelecidas em municípios da região sudeste do país, entre os quais, São Paulo. O estudo teve como objetivo avaliar a distribuição, uso de habitat e parâmetros ecológicos de D. nobilis no município de São Paulo, buscando compreender o estabelecimento desta população e o uso do ambiente pela espécie. Foram realizados levantamentos bibliográficos e de dados primários, além de consultas a instituições e especialistas. Quatro campanhas de amostragem foram executadas entre setembro/2015 e julho/2016, em 15 distritos do município, empregando-se o método de “taxa de encontro” em trajetos pré-selecionados. O estudo indica que D. nobilis foi introduzida no município a partir de alguns eventos de soltura, o primeiro deles entre 1987-88, corroborando o Parque Ecológico do Tietê como local e estimando-se um número inicial desta população em 30 a 50 indivíduos. O número inicial de indivíduos, a repetição dos eventos de soltura, realizada com bandos que poderiam ter até 15 indivíduos, e recursos fornecidos pela arborização viária disponível, bem como a suplementação de alimentos no período inicial (soltura branda) devem ter contribuído para o estabelecimento desta população. A distribuição da espécie concentra-se na região central do município, assim como avaliado para o período inicial de estabelecimento, verificando-se progressiva diminuição dos registros à medida em que se afasta do centro. A extensão de ocorrência foi avaliada em 807 km² para São Paulo, chegando a 1074 km² quando considerados registros para a Região Metropolitana. A população de D. nobilis foi avaliada, por meio de censo com contagem simultânea de indivíduos em dormitórios, entre 456 a 524 indivíduos, podendo chegar a 594 indivíduos, ou mais, se consideradas áreas de potencial dormitório ou eventuais dormitórios desconhecidos. A espécie se apresentou como o segundo psitacídeo mais comum na cidade, atrás apenas de Brotogeris tirica. Os bandos registrados variaram entre 1 a 38 indivíduos, com prevalência de casais e bandos com até seis aves, sendo verificada variação circanual no tamanho de bandos, possivelmente refletindo o período reprodutivo da espécie, apontado como de setembro a janeiro. Identificou-se o consumo de frutos, sementes e flores de 12 famílias de plantas, de 22 espécies, predominantemente exóticas. A associação de D. nobilis a palmeiras, verificada para pernoite e sugerida para alimentação e reprodução, deve ser melhor investigada. A espécie distribui-se fundamentalmente pela área urbana, verificando-se sua ausência na região rural do extremo sul do município. A avaliação de uso de habitat indica associação da espécie a Áreas Verdes urbanas, sendo que a população de D. nobilis parece se configurar como uma exploradora do ambiente urbano. Recomenda-se a continuação dos estudos sobre a espécie em áreas urbanas e áreas em que foi introduzida, dando sequência à investigação dos fatores que influenciam a distribuição da espécie em área urbana, mas também abrangendo biologia reprodutiva e tendência populacional. |