Padrões de distribuição, idade e crescimento de peixes-donzela (Pomacentridae): uma abordagem de variações espaciais e temporais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: CHAVES, Laís de Carvalho Teixeira
Orientador(a): FERREIRA, Beatrice Padovani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18824
Resumo: Esta tese, dividida em cinco capítulos, aborda os padrões de distribuição de peixes-donzela em diferentes sistemas recifais brasileiros e na costa caribenha do Panamá, bem como o estudo sobre os parâmetros da história de vida da espécie Stegastes fuscus amplamente distribuída na costa brasileira. Em relação à sua distribuição na costa brasileira, o objetivo específico é determinar quais os fatores ambientais são responsáveis pelos padrões observados e se estes apresentam o mesmo efeito em se tratando de recifes de origem e morfologia diferentes. O capítulo intitulado "Padrões de distribuição de peixes-donzela no Sudoeste do Atlântico: uma comparação entre sistemas recifais tropicais e subtropicais", aborda a distribuição de peixes-donzela, considerando fatores como a exposição a ondas, profundidade e cobertura bentônica em recifes tropicais (Tamandaré-PE) e subtropicais (Arraial do Cabo- RJ). Os principais resultados mostram que a exposição é um importante fator para a distribuição da espécie Stegastes fuscus, que em ambos os sistemas apresenta maior densidade em ambientes abrigados, enquanto que o padrão contrário é encontrado para S. variabilis. Virtualmente ausente no recife tropical costeiro raso, onde é encontrado em maior abundância em habitats mais profundos, S. pictus esteve presente apenas no recife subtropical na faixa de profundidades estudada (até 12 metros). A cobertura bentônica também se mostrou importante considerando a preferência por microhabitas apresentada por cada espécie, o que pode ter mediado diretamente uma mortalidade seletiva. Stegastes fuscus, nos dois sistemas estudados, se associou a territórios que lhe ofereceram melhores recursos em relação a refúgio e alimento, como um tamanho de tocas medindo entre 5-10 cm2 e uma maior cobertura de algas filamentosas, respectivamente. Stegastes variabilis, espécie de menor porte, se distribuiu em áreas menos habitadas por Stegastes fuscus, evitando competição, e nos recifes subtropicais se associou a outros atributos que lhe proporcionou maior proteção frente a predadores, como ouriços e maior rugosidade em baixas profundidades. Já em recifes tropicais, fundos dominados por macroalgas foi aparentemente o habitat preferencial desta Em relação aos recifes do caribe panamenho, o capítulo “Partição espacial entre peixes- donzela na costa caribenha do Panamá: o papel da preferência do habitat”, aborda a distribuição e uso do hábitat por seis espécies que ocorrem simpatricamente em Bocas del Toro. O objetivo específico deste capítulo foi determinar os padrões de distribuição de peixes- donzela e confrontá-los aos encontrados por trabalhos realizados em recifes caribenhos nos espécie últimos 30 anos para detectar mudanças nos padrões de distribuição devido às mudanças ocorridas nesses recifes. Os mesmos fatores utilizados no capítulo referente à costa brasileira capítulo foram considerados nesse estudo. Uma segregação entre as espécies foi encontrada, e os territórios das espécies mais abundantes (S. planifrons e S. adustus) nunca se sobrepõem. Stegastes planifrons é preferencialmente encontrada em 'patches' com maior cobertura de corais massivos, enquanto S. adustus é encontrado em recifes rasos com maior exposição a ondas e maior cobertura do coral-de-fogo Millepora spp. Os resultados encontrados são congruentes aos estudos realizados no Caribe nas últimas três décadas, o que indica que apesar de uma alta estabilidade populacional destas espécies, sua resiliência pode ser afetada frente a distúrbios ocasionando perda significativa de habitat. No que se refere ao estudo da idade e crescimento de Stegastes fuscus “Padrões de idade e crescimento em um peixe recifal tropical amplamente distribuído no Atlântico Sul” compara a idade e os parâmetros de crescimento desta espécie em recifes tropicais (Tamandaré-PE) e subtropicais (Arraial do Cabo-RJ) e ainda temporalmente as populações de Tamandaré entre os anos de 1995 e 2011. Os resultados mostraram que a espécie estudada apresenta tendências similares às encontradas para outras espécies de peixes tropicais em estudos anteriores, nos quais foi constatado que os indivíduos apresentam menor longevidade e menor comprimento total em populações de latitudes mais baixas. A estrutura populacional e parâmetros de crescimento também variaram, em menor intensidade, entre os anos estudados em Tamandaré, indicando que a influência de outros fatores, como predação e competição, afetaram a estrutura populacional desta espécie, possivelmente mediadas através de medidas de manejo adotadas localmente. O último capítulo apresenta as principais conclusões sobre os resultados encontrados nos três principais capítulos desta tese, assim como considerações sobre futuras direções para cada um deles.