Alice através do espelho. Aventuras no universo da fantasia e do nonsense: uma análise descritiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Luciana dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192906
Resumo: Baseada na abordagem funcional dos Estudos Descritivos da Tradução e seguindo o modelo de José Lambert e Van Gorp (1985), propomos a análise da obra Through the looking glass and what Alice has found there (1871) de Lewis Carroll, mais comumente traduzida no Brasil como Alice através do espelho. O corpus deste trabalho é composto de quinze edições brasileiras que foram selecionadas a partir de um estudo historiográfico e da edição comentada The Annotated Alice (1965), como texto-fonte (TF). Preferencialmente, utilizou-se três edições distintas como referência para cotejamento e análise: Alice no país do espelho, tradução de Monteiro Lobato (1961); As aventuras de Alice no país das maravilhas & Através do espelho e o que Alice encontrou lá (1980), tradução de Sebastião Uchoa Leite; Alice através do espelho (2015) tradução de Alexandre Barbosa de Souza. Essa pesquisa teve como etapas: (1) análise descritiva cotejando as edições por meio do modelo proposto por José Lambert e Van Gorp (1985), iniciando com levantamento de dados preliminares, seguido de macro e microanálises do corpus e, por fim, a verificação do contexto sistêmico, destacando as relações intertextuais e intersistêmicas com o intuito de verificar os principais procedimentos e estratégias tradutórias utilizados pelos tradutores/adaptadores na tradução da narrativa, dos poemas e Nursery Rhymes e trocadilhos da obra, verificando, ainda, de que maneira a linguagem visual representada pelas ilustrações, presentes em todas as edições analisadas, relacionam-se com a linguagem verbal; (2) verificou-se quais as principais normas tradutórias seguidas pelos tradutores/adaptadores, utilizando-se os padrões normatológicos estabelecidos por Toury (1980); (3) a partir do levantamento dessas normas e também considerando a época em que cada tradução/adaptação foi produzida, o público-alvo e demais fatores influentes no processo tradutório, se as edições ocuparam as mesmas posições ou posições diferentes no polissistema literário/cultural brasileiro, dessa vez, com base na teoria de polissistemas de Even-Zohar (1971). Em conclusão, constatamos que a tradução de Lobato é orientada para a cultura e público de chegada e que, as traduções de Uchoa e Souza são orientadas para o texto-fonte e cultura de partida. Consideramos, ainda, a ilustração como uma forma criada para traduzir o texto literário corroborando com a intenção do autor e suprindo as expectativas e compreensão do leitor. Sendo assim, o presente trabalho desencadeia uma reflexão acerca das especificidades encontradas no ato tradutório, considerando as traduções como reescritas do texto-fonte.