Fisiologia foliar e eficiência do uso de água em dois clones de Eucalyptus sob manejo de alto fuste e talhadia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Roberta Patrícia de Sousa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255781
Resumo: O estudo buscou de forma pioneira trazer informações até então inexploradas a respeito de possíveis diferenças entre os sistemas de manejo por alto fuste e talhadia tanto pelo aspecto foliar, através de parâmetros fisiológicos envolvidos nas relações hídricas, como também no âmbito do indivíduo em relação ao uso e eficiência no uso de água entre dois genótipos de Eucalyptus, de características contrastantes. No aspecto foliar os parâmetros fisiológicos obtidos foram: Assimilação líquida de CO2 sob luz saturante (Asat), condutância estomática (gs), transpiração (E), e Concentração intercelular de CO2 (Ci), como também as relações entre alguns parâmetros em curvas A/Ci, gs/VpdL, e gs/A. As coletas ocorreram em campanhas ao longo de 8 meses, sendo 4 meses mais secos no ano de 2021 e 4 meses chuvosos no ano de 2022 na região, em 4 blocos manejados por alto fuste e 4 por talhadia. No âmbito do indivíduo, o monitoramento de fluxo de seiva, foi instalado em 10 árvores de cada clone em um bloco por talhadia, com um fuste por cepa, e outro por alto fuste, totalizando 40 árvores nos períodos de 2020 a 2021 (Ano 1), 2021 a 2022 (Ano 2), e 2022 a 2023 (Ano 3). A quantificação das transpirações diárias foi determinada para todos os indivíduos da parcela em cada tratamento a partir transpiração (área do alburno) e seus respectivos CAPs (circunferência à altura do peito). A eficiência de uso de água (EUA) foi calculada através da divisão dos períodos de uso de água pelo incremento corrente anual em biomassa do mesmo período. O período de 2021 (seco), apresentou baixa precipitação ao longo do ano, principalmente no mês de setembro, onde houve redução drásticas em todos os tratamentos clone + manejo, porém C12 no alto fuste apresentou maior A e menor E, em relação aos demais tratamentos. Em relação as curvas gs/VPDL, o C16 se comportou de forma semelhante em ambos os manejos, sendo mais responsivo aos aumentos em VPDL. Já a relação da gs com A, foi acentuadamente responsiva ao aumento na gs, sobretudo para o C12, independentemente de manejo no ano de 2021. No período chuvoso em 2022 com maior disponibilidade de água os tratamentos obtiveram seus picos, com destaque para C16 no alto fuste com A (19 µmol CO2 m-2 s -1), gs (0,52 mol m-2 s -1), E (8,22 mmol m-2 s-1), e Ci (310 µmol CO2 m-2 s -1), além de melhor desempenho estomático, quando comparado ao C12, apresentando elevados valores de gs (0,76 mol m-2 s -1), e consequentemente maior A. O período também favoreceu a maior área foliar específica (SLA), onde os indivíduos no manejo por alto fuste apresentaram maior SLA (8,2 m2/kg-1), com destaque para C16 (10,4 m2/kg-1), em resposta ao período de arranque de crescimento no alto fuste 2,5 e 3,4 anos, com maior demanda de água no Ano 2 (2021 a 2022), onde os clones transpiraram em torno de 1670 mm, excedendo precipitação no período em 41%. Analisando o uso de água no âmbito dos indivíduos nos demais períodos, a transpiração no Ano 1 (2020 a 2021), foi maior para os clones na talhadia, principalmente C16 (1741mm), que transpirou 35% a mais do que no alto fuste. No Ano 3 (2022 e 2023), o C16 apresentou maior transpiração independente de manejo (1800 mm) excedendo em 30% a precipitação do período. C12, transpirou 37% a menos no alto fuste, e 72% na talhadia. A eficiência de uso também refletiu o comportamento dos clones, no segundo e terceiro períodos de medições, a associação do C12, clone produtivo com a talhadia foi significativamente elevada comparado aos demais tratamentos com 1,1 Kg.m³ e 1,8 Kg.m³ respectivamente. Dessa forma, o clone C12 demonstrou estratégias fisiológicas mais eficientes, melhor controle estomático, principalmente no ambiente seco quando comparado a C16. O manejo não influenciou os parâmetros fisiológicos, porém, a talhadia potencializou o uso de água no C16 no crescimento inicial, que manteve a elevada demanda nos anos subsequentes independentemente de manejo. Para C12, a após o crescimento inicial a talhadia proporcionou menores taxas de transpiração e elevada eficiência de uso de água, demonstrando que a sua utilização ainda pode ser viável para regiões de déficit hídrico intermediário, sobretudo por se tratar de um manejo economicamente mais rentável para os gestores e empresas do setor.