Síntese de nanoemulsão e nanopartícula de ouro (AuNPs) contendo nisina e seus efeitos sobre os fatores de virulência de Staphylococcus aureus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Furlanetto, Alessandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192336
Resumo: O aumento no número de bactérias multirresistentes aos fármacos antibacterianos é preocupação de saúde pública e tem motivado pesquisas na buscsa por antimicrobianos alternativos para minimizar este problema, e na obtenção de substâncias com capacidade de matar bactérias e/ou interferir com a sua patogenicidade. O Staphylococcus aureus é uma bactéria altamente virulenta, capaz de causar inúmeras doenças, incluindo intoxicações alimentares. Esta bactéria se tornou resistente aos diversos antimicrobianos ao longo dos anos com destaque para o S. aureus meticilina-resistente (MRSA). O peptídeo antimicrobiano (AMP) nisina, bacteriocina produzida por Lactococcus lactis é um que vem sendo estudado na forma de nanoemulsões e nanopartículas. O objetivo desse estudo foi sintetizar, caracterizar e testar nanoemulsões e nanopartículas de ouro (AuNPs) de nisina, para a verificação da ação antibacteriana, através da Concentração Inibitória Mínima (CIM), atividade antibiofilme, antienterotoxina, atividade hemolítica, ação sobre a membrana bacteriana determinada pelo extravasamento de proteínas, sobre linhagens padrões ATCC de S. aureus, e teste de viabilidade celular em linhagem HCT-116 por citometria de fluxo. Os tratamentos utilizados foram nisina, cinco nanoemulsões com nisina (Nano-Nis), AuNPs com nisina (AuNPs-Nis), AuNPs com Nano-Nis (AuNPs + Nano-Nis) e AuNPs-Nis com nanoemulsão (AuNPs-Nis + Nano). De acordo com os resultados obtidos para CIM, observou-se que para a cepa ATCC 33591 de MRSA, a nanoemulsão denominada número 1, foi a mais eficiente entre as 5 testadas incluindo também a própria nisina. Por outro lado, sobre as linhagens também ATCC enterotoxigênicas, a nanoemulsão número 5 foi a mais eficiente sobre SEA e SEB com valores inferiores comparativos ao obtidos com a nisina e demais nanoemulsões. Considerando que a nanoemulsão número 1 foi a mais eficiente sobre a cepa MRSA, foi dada continuidade dos estudos utilizando combinações desta nanoemulsão juntamente com as AuNPs. Observou-se que as AuNPs-Nis, apresentaram mesma ação que a nisina isoladamente enquanto a do tratamento AuNPs + Nano-Nis apresentou menor valor. Os testes antienterotoxinas foram realizados utilizando kit SET-RPLA, entretanto, todas as cepas se mostraram fortes produtoras de enterotoxinas com uso de concentrações correspondentes a 70% do valor de CIM nos ensaios, com exceção das AuNPs-Nis que resultaram em moderada produção de SEA e SEB. O teste antibiofilme foi realizado com concentrações subinibitórias de 25% a 90% do valor de CIM dos tratamentos incubando-as por 48 horas. Todos os tratamentos apresentaram redução da produção de biofilme, em todas as concentrações testadas. A atividade hemolítica foi determinada para tratamentos com concentrações variando desde ¼ até 4 vezes o CIM. No valor de CIM, dois tratamentos apresentaram-se hemolíticos enquanto no valor de 4xCIM, quatro tratamentos apresentaram-se hemolíticos. O teste de extravasamento protéico foi realizado, tendo as concentrações protéicas determinadas de acordo com protocolo de Bradford, e utilizando concentrações de 1 e 2 vezes a CIM para MRSA. O tratamento que resultou em maior concentração de proteínas extravasadas foi a Nano-Nis. Os tratamentos, com exceção da nanoemulsão, não apresentaram efeito citotóxico sobre a linhagem HCT-116. Assim, pode-se dizer que as nanoemulsões e AuNPs, quando conjugados à nisina, foram eficazes contra S. aureus, com potencial antibacteriano superiores quando utilizando-a na forma pura.