A não-pertença em Os meus sentimentos, de Dulce Maria Cardoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bozzo, Gabriela Cristina Borborema [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182114
Resumo: O estudo da produção romanesca de Dulce Maria Cardoso revela um minucioso trabalho da forma por parte da escritora, que vai da linguagem irônica à rememoração por meio do fluxo de consciência. Tal característica chega ao ápice no romance Os meus sentimentos – nosso corpus – composto por apenas um período que se estende por mais de trezentas páginas. O objetivo da dissertação é comprovar a hipótese de que, no romance em pauta, o tema – que é o sentimento de não-pertença – é constituído principalmente pelas seguintes categorias: linguagem, personagem, narração, focalização e tempo. Por meio da voz narrativa da protagonista, da focalização interna fixa e do vaivém temporal acompanhado de fluxo de consciência elabora-se tal sentimento. Os dois últimos recursos – inversões temporais e fluxo de consciência – constroem a consciência da personagem e também o que pode ser considerado como subconsciência. Tendo em vista a disposição estrutural de tais categorias da narrativa escolhida objetiva-se ainda verificar se elas exercem papel assemelhado em outras obras da escritora portuguesa. Outrossim, objetivamos definir a não-pertença, bem como compreender qual a relação que a produção literária de Dulce Maria Cardoso estabelece com a literatura portuguesa contemporânea. A fim de atingir tais objetivos, contamos com embasamento teórico-crítico dividido em quatro linhas principais: definição de não-pertença, contando com George H. Mead em Mente, self e sociedade, Abraham Maslow em Motivation and personality e Zygmunt Bauman em Identidade; proposições teóricas sobre personagem, narração, focalização e tempo, contando principalmente com “A personagem do romance”, de António Candido, “A meia marrom”, de Erich Auerbach e Discurso da narrativa, de Gérard Genette; crítica sobre a produção da escritora, sobretudo o artigo “Liquidez, reconfigurações e pluralidades: a representação identitária da sociedade portuguesa em Chão de Pardais de Dulce Maria Cardoso”, de Nefatalin Gonçalves Neto e Angela Gama; e o ensaio sobre o romance português contemporâneo A voz itinerante, de Álvaro Cardoso Gomes.