O “não lugar” pós-colonial: a questão identitária em O retorno, de Dulce Maria Cardoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Chaillou, Caroline Nunes Albertino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19683
Resumo: A presente dissertação estuda, ao longo de seu desenvolvimento, a questão do “não lugar”, associada aos movimentos migratórios e muito presente em romances escritos sob a perspectiva dos migrantes. Para discutir o “não lugar” na literatura pós-colonial, este trabalho vai analisar o livro O retorno, de Dulce Maria Cardoso (2013). Com base no contexto histórico e do narrador-personagem Rui, além de revisar alguns conceitos sobre identidade, serão discutidos alguns pontos sobre a temática de não pertencimento, considerando a especificidade do narrador ser visto como um retornado de Angola. Ao deixar sua terra natal, o imigrante frequentemente se sente perdido na nova terra em que se encontra, e o não pertencimento é um sentimento recorrente. Na proposta aqui apresentada, pretende-se observar o “não lugar” a partir da visão dos “portugueses de segunda”, ou seja, daqueles portugueses que migraram para as colônias ou são filhos destes nascidos nas colônias e que, uma vez ocorrendo o processo de descolonização, se viram forçados a retornar à metrópole. Esses imigrantes sofrem duas vezes: não são mais bem-vindos nas antigas colônias portuguesas na África e, ao retornarem para Portugal, também não são bem acolhidos pelos seus compatriotas. Por consequência, acabam ocupando um “não lugar” identitário, já que estão divididos entre dois mundos e, ao mesmo tempo, não se identificam com nenhum dos dois.