O ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental: entre práticas e problemáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Miotti Neto, Sidney
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192744
Resumo: O ensino de História no Brasil pode ser caracterizado por suas tradições inventadas, conceito definido por Hobsbawm. Em seu processo de constituição como código disciplinar, a História esteve vinculada à ideia de nacionalidade, cuja função foi normatizar e legitimar a estrutura social brasileira desigual. Foi desde o século XIX uma composição elitista - uma construção intelectual baseada em figuras selecionadas como os fundadores da nacionalidade, articulados dentro de uma totalidade hermética e inevitável cujo ente principal era a figura do Estado centralizado e sua função a manutenção do status quo. Contudo, desde o final do regime de exceção ocorrido nos anos 1980, o ensino de História passa por um processo de reconstituição e desenvolve entre outras questões a crítica a esta ideia de um passado homogêneo e harmonioso. Como não se trata de uma situação resolvida, ainda é possível a existência de reminiscências desde os primeiros anos de escolarização por conta das condições educacionais brasileiras. Nesta linha, esta pesquisa busca investigar os resultados de pesquisas sobre a atividade do professor que ensina História nos primeiros anos do Ensino Fundamental em teses e dissertações que realizaram pesquisa de campo, tentando definir as principais dificuldades deste profissional, que, em geral, não possui formação específica e verificar se ocorre a manutenção de temáticas que exaltam a mitologia da pátria, visto que funcione como mecanismo de harmonização social. A discussão tem início com a apresentação histórica de como se estruturou o ensino da disciplina no Brasil a partir da periodização proposta por Schmidt. Em sequência, busca-se analisar a documentação oficial acerca da formação do pedagogo e as pesquisas desenvolvidas sobre o tema, utilizando como referencial os trabalhos de Gatti, Libâneo e Pimenta. Como esta pesquisa se enquadra no campo metodológico definido como Estado da Arte foram coletadas para a análise dissertações em base de dados digital, exclusivamente a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), tendo como marco legal e temporal a publicação em 2006 das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, as quais serão discutidas a partir de sua constituição histórica. Verificou-se o número reduzido de publicações que investigam as práticas e os conhecimentos do pedagogo que ensina História e foram definidas algumas temáticas mais relevantes para a análise, por conta de sua recorrência nas pesquisas: gênero; formação (inicial e continuada) e experiência; tradições cívicas; valorização educacional e social. Estes elementos foram analisados conjuntamente e colocados em perspectiva, tendo como resultado a compreensão de que ocorre a sobreposição de elementos típicos da formação social brasileira – como a divisão sexual desigual do trabalho e a manutenção de temáticas que reforçam temáticas relacionadas à nação e ao Estado – e as necessidades do capitalismo contemporâneo – como a formação de uma mão de obra adequada à flexibilidade toyotista.