Biologia populacional de Callichirus major (Say, 1818) (Crustacea: Axiidea: Callianassidae), nas praias de Santos e São Vicente, litoral centro do Estado de São Paulo, Brasil: subsídios para conservação e manejo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Hereman, Michael José [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148841
Resumo: As praias de Santos (SP) apresentam legislação municipal de proibição de captura das espécies de Callianassidae, p ex. Callichirus major (Lei Municipal nº 1.293/93), fato este não verificado em municípios limítrofes, como São Vicente. Esta legislação foi decorrente de um amplo estudo de 10 anos (1983 a 1993), desde então não existindo outros mais aprofundados sobre a biologia populacional desta espécie. Portanto, a presente dissertação tem como objetivos realizar uma avaliação comparativa da biologia populacional de Callichirus major entre a praia do Gonzaga, localizada no Município de Santos (protegida) e a praia do Itararé, no Município de São Vicente (sem legislação pertinente à captura da espécie). O primeiro objetivo foi efetuar um teste de tamanho do quadrado ideal para as amostragens, através do método de Wigert (W), assim como o número de réplicas por subárea amostral, determinada pela estabilização das variâncias (V), indicando um mínimo ideal de 50 réplicas (V=24,6). O possível efeito da declividade e distância do mar sobre os parâmetros populacionais da espécie foi também testado em duas transecções de quadrados amostrais contíguos (vertical e paralela à linha de costa). Com base nos resultados obtidos, foi estabelecido o número de subáreas amostrais em cada praia, levando-se em conta sua extensão (Praia do Itararé: 2,3 km; e Praia de Santos: 4,7 km). A densidade foi maior nas transecções próximas aos canais (5,0 ± 1,6 e 4,5 ± 2,0 ind./m2) do que aquela mais equidistante (F = 13,20; p = 0,000), indicando para evitar áreas de canal próximas para minimizar o viés amostral durante as análises espaciais. Nas duas praias foram contabilizadas as galerias da espécie por quadrado amostral, a fim de comparar as condições de distribuição destes organismos de maneira particular nestas praias, e seus dados inseridos em planilhas eletrônicas, perfazendo o segundo objetivo do estudo. Em outra subárea, em ambas as áreas de estudo (Gonzaga e Itararé), exemplares de C. major foram coletatos a utilização com uma bomba sugadora em PVC, para cumprir o terceiro objetivo, o qual consistiu de registrar informações biométricas e reprodutivas, para caracterizar a população diante da pressão de pesca, ou diante de condições de proibição da captura. A densidade da espécie foi registrada pelo número de indivíduos/m2 e comparadas entre as praias através de um teste de GLM (modelos lineares generalizados), usando como variáveis explicativas o local, mês e o estirâncio. Os resultados indicaram que a densidade anual no município de Santos (STS = 6,8±3,3 galerias/m2) foi 2,5 vezes superior àquela registrada em São Vicente (SAV = 2,7±2,5 galerias/m2). A estrutura populacional foi avaliada pela distribuição dos exemplares de cada sexo em classes de tamanho (CC) de 1 mm e a razão sexual pela proporção macho:fêmea. Para isto, comparou-se a média do CC de machos e fêmeas usando um t-test ou U de Mann-Whitney, dependendo se a distribuição dos dados foi normal ou não. Durante o referido período de amostragens, um total de 546 espécimes de Callichirus major (204 machos, 342 fêmeas) na praia do Gonzaga e 404 (217 machos, 187 fêmeas) em Itararé, respectivamente. Em relação ao tamanho de CC, as fêmeas foram significativamente maiores em ambas as praias, 17,1 ± 1,92 mm (Gonzaga) e 16,5 ± 2,07 mm (Itararé), em relação aos machos 15,0 ± 2,83 e 15,0 ± 2,66, respectivamente. Contudo, este estudo provou a eficiência da legislação de proteção de C. major no Município de Santos, para as praias de São Vicente e outros municípios do estado de São Paulo, e demais locais do Brasil, com fins de contribuir com o manejo e conservação desta espécie, e ainda, ressaltou a importância de outros estudos aliados à exploração sustentável deste recurso.