Diversidade da ictio e carcinofauna do Sistema Estuarino de Santos-São Vicente (SP), Brasil: uma ferramenta para a avaliação da integridade ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Marcelo Ricardo de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149923
Resumo: Os estuários estão entre as áreas mais produtivas do planeta, sendo fundamentais ao ciclo de vida de muitas espécies e detentoras de elevado valor agregado. O Sistema Estuarino de Santos-São Vicente (SES) é conhecido por seu histórico de degradação ambiental, pela presença de uma expressiva área portuária, industrial, moradias ilegais (palafitas), além da descarga de esgoto e emprego para atividades pesqueiras. Apesar de sua intensa ocupação, poucos estudos têm sido efetuados sobre sua fauna aquática, em especial sobre a ictio e carcinofauna. Desta forma, a fauna de peixes e crustáceos foi avaliada com o intuito de inferir sobre o status de qualidade ambiental deste estuário. Foram realizadas coletas mensais por arrasto, durante dois anos, em nove áreas com diferentes pressões antropogênicas. Neste período, foram coletadas 93 espécies de peixes e 24 de crustáceos, com 12.170 e 2.164 indivíduos, respectivamente. Duas espécies de peixes apresentaram abundância muito superior às demais: Diapterus rhombeus (carapeba; Gerreidae) e Genidens genidens (bagre; Ariidae), representando 57% da abundância; o mesmo ocorreu com os crustáceos, no caso com apenas uma espécie, Callinectes danae (siri azul; Portunidae), que representou 58% da abundância destes artrópodos. Em relação a densidade dos peixes em sua maioria foram marinho-migrantes (57%), ocupando principalmente a área do alto estuário com grande abundância e baixa biomassa proporcional, em segundo lugar foram estuarino-residentes (31%), ocorrendo principalmente nas áreas localizadas nos canais principais do estuário. Considerando os resultados das duas comunidades, peixes e crustáceos, o SES foi classificado como moderadamente impactado, a diversidade foi maior na entrada do Canal do Porto e reduzida na região do alto estuário. A hipótese de diferenciação das comunidades de peixes e crustáceos em função dos impactos locais foi refutada, mas associada às variáves ambientais, em especial a salinidade, bem como às questões biológicas dos grupos funcionais. O aumento da pressão antrópica no SES é uma realidade em decorrência das atividades portuárias e do maior adensamento populacional humano, indicando-se como recomendação que seja adotado um monitoramento da fauna aquática mais efetivo e de longa duração, para uma avaliação contínua da magnitude e variação (espacial e temporal) dos impactos antrópicos.