Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Casale, Fernanda Cristina de Campos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183332
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Resumo: |
A mastite bovina é uma das doenças que mais causam prejuízos às propriedades leiteiras e, apesar dos programas de controle, Escherichia coli destaca-se como importante patógeno ambiental causador desta enfermidade na sua forma clínica. Isolados obtidos de infecções nas mamas são classificadas como E. coli patogênica mamária (MPEC). O objetivo deste estudo foi caracterizar geneticamente isolados de E. coli a partir de leite de vacas com mastite clínica utilizando técnicas moleculares, bem como investigar os padrões de aderência e resistência aos antimicrobianos dos isolados, para isso a investigação dos grupos filogenéticos, genes de virulência, presença de clones (por Pulsed field gel electrophoresis, PFGE), tipos de adesão em células HeLa, resistência aos antimicrobianos e genes relacionados com essa resistência foram realizados em 110 E. coli isoladas de leite de vacas com mastite clínica de diferentes fazendas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. De acordo com a presença dos genes específicos arpA, chuA, yjaA e TspE4.C2, os isolados foram classificados principalmente nos grupos comensais A (50,9 %) e B1 (38,2 %), seguidos dos grupos D (2,7 %), C (1,8 %) e B2/E/F/Escherichia clade I (0,9 %). Três isolados (2,7 %) não foram categorizados em nenhum desses grupos, classificados como de grupo filogenético desconhecido. Nenhum dos 110 isolados apresentou genes que caracterizam E. coli diarreiogênicas (DEC), entretanto os genes astA e shf, geralmente encontrados em E. coli enteroagregativa, foram identificados em 7,3 % (8/110) e 10,3 % (3/29) dos isolados, respectivamente. Entre os genes que caracterizaram E. coli extra-intestinal (ExPEC), fimH (93,6 %) foi o mais frequente, seguidos pelos genes traT (77,3 %), ompT (68,2 %), ecpA (65,5 %), irp2 (34,5 %), fimA (28,2 %), sitA (26,4 %), cdt (10 %), KpsMTII/iroN/iucD (3,6 %), hlyA/ireA/ibe10 (1,8 %) e papA/papC/sat/vat (0,9 %). Pela análise de PFGE, observou-se 103 pulsotipos e seis clones, quatro dos quais obtidos na mesma fazenda em animais diferentes e um no mesmo animal, em diferentes momentos da lactação, indicando casos de persistência de E. coli nas infecções intramárias. Segundo os parâmetros de adesão em células HeLa, 26 (23,6 %) isolados aderiram de forma agregativa, enquanto quatro (3,6 %) aderiram de forma difusa; o restante dos isolados foram caracterizados com aderência não característica, não aderentes ou promoveram o destacamento do tapete celular. Em relação à ação dos antimicrobianos, 19,1 % dos isolados foram resistentes à tetraciclina e a maioria (99,1 %), foram sensíveis à cefoxitina. Ainda, cinco (4,5 %) isolados foram produtores de ESBL em teste fenotípico, ocorrendo a presença dos genes blaTEM (31,8 %), blaCTX-M-2/ blaCTX-M-8 (1,8 %) e blaCTX-M-15 (0,9 %). O gene blaCMY-2 foi relatado em um (0,9 %) isolado de E. coli. Conclui-se que os isolados de E. coli de mastite clínica bovina foram bastante heterogêneos em suas identidades gênicas, não sendo possível apresentar um padrão de virulência característico para o patotipo MPEC, pois os genes ecpA, papA, shf, ibe10, ompT, ireA, cdt, sat e blaCTX-M-8, já descritos genericamente em ExPEC, foram observados nos isolados de mastite pela primeira vez nesse trabalho. Não foram identificadas DEC e por isso, os isolados de mastite apresentam pequeno potencial de risco zoonótico, transmissível pelo leite bovino, bem como os genes associados a processos diarreiogênicos não parecem não apresentar influência no estabelecimento de mastite clínica Além disso, embora grande parte dos isolados não tenham produzido β-lactamases no teste fenotípico, a presença de cepas carreadoras desses genes no ambiente representa preocupação em saúde pública, em virtude do aumento de resistência de E. coli obtidas de animais. |