Inclusão nas Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo: percepções de gestores e egressos Público Alvo da Educação Especial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nalle, Juliana Gisele da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Job
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180643
Resumo: A contemporaneidade colhe os primeiros frutos da inclusão social e educacional promovidas desde as últimas décadas do século XX. Na educação, os resultados desse processo, apesar de positivos, indicam que ainda há carência na produção de conhecimento capaz de explicar fenômenos tão complexos ou não dominados amplamente. Nessa direção, as políticas de inclusão escolar de pessoas com deficiência na Educação Superior destacam-se, sobretudo porque além de servirem como instrumento de inclusão, ainda atribuem às instituições de educação superior (IES) a responsabilidade de suprir eventuais defasagens oriundas da Educação Básica, o que implica responder, até que ponto, essas IES estão preparadas para receber tais estudantes, desde o momento do ingresso, da permanência, até a entrada dos egressos no trabalho, independente de reserva pela Lei de Cotas. Assim, estabeleceu-se investigar a implementação das políticas de inclusão do Público Alvo da Educação Especial (PAEE) na educação superior sob a ótica dos gestores e egressos com deficiência, por meio de um estudo realizado nas Faculdades de Tecnologia (FATECs) do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, em busca da compreensão do ambiente escolar, das orientações e ações ofertadas e necessárias para a inclusão. Para tal, esta pesquisa, de natureza exploratória e descritiva, caracteriza-se como qualitativa e quantitativa, tendo como participantes 43 diretores de unidades escolares e 15 egressos com deficiência dos últimos cinco anos. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados questionário fechado e entrevista semiestruturada, cujos dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva e análise de conteúdo, respectivamente. Os resultados foram organizados em cinco temáticas e seis categorias, cujas análises mostram que os diretores percebem a necessidade da inclusão pautada pela legislação; adotam um discurso considerado politicamente correto quanto à acessibilidade atitudinal; e enfocam a acessibilidade arquitetônica como principal meio para a inclusão escolar na educação superior. Apresentam certa resistência a mudanças no cotidiano pedagógico e metodológico para a inclusão, compreendendo as políticas de inclusão da IES como não sistematizadas. Em relação aos egressos, tem-se que estes percebem a inclusão escolar como fundamental para a visibilidade e quebra de preconceitos; apresentam as dificuldades encontradas em seus processos de escolarização; entendem a formação na educação superior como superação pessoal, o que ocasiona maior autoestima; há a percepção de que existem falhas quanto à inclusão, em relação às dimensões de acessibilidade e sistematização das ações realizadas; mas creem que obtiveram a mesma qualidade em formação que os demais discentes; notam que embora tenham conhecimentos dentro do esperado, existe resistência por parte das empresas em absorvê-los enquanto profissionais. Concluindo, pode-se afirmar que há ações para a inclusão do PAEE nas FATECs, mas há necessidade de avaliação e reflexão acerca da qualidade e eficácia destas, para a construção de um trabalho coeso, hábil e constante, que ultrapasse as obrigações legais e seja fonte de mudança social.