Brasil, pretérito imperfeito: história, memória e literatura em K. - Relato de uma busca
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/256614 https://lattes.cnpq.br/4851138863560974 |
Resumo: | O romance K. - Relato de Uma Busca (2011), escrito por Bernardo Kucinski, apresenta uma perspectiva sobre eventos ocorridos no Brasil a partir do golpe militar de 1964, com a instalação do regime que perduraria até 1985. A narrativa polifônica gira em torno do desaparecimento de uma professora de química da Universidade de São Paulo (USP) e acompanha a busca e enfrentamento do pai para descobrir o paradeiro da filha em meio aos mecanismos do regime, assim como revela a permanência desse sistema repressor na sociedade brasileira pós Comissão Nacional da Verdade (CNV). O objetivo da pesquisa consiste em contextualizar a obra no romance contemporâneo brasileiro, especialmente no que se refere às múltiplas abordagens da ditadura militar, assim como compreender em que medida a obra contribui para o debate sobre a memória política nacional. As especificidades estéticas do autor e sua obra serão levantadas tendo por base conceitos da semiótica de linha francesa, segundo apresentados por A. J. Greimas (1984; 2014), especialmente o percurso gerativo de sentido e seus três níveis de leitura, que partem do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto. A leitura deverá considerar também os elementos da enunciação e os mecanismos de instauração de pessoa, espaço e tempo no enunciado que, no caso da obra de Kucinski, alternam traços de objetividade histórica, instância que situa a obra e instaura a veridicção, e efeitos subjetivos do processo político retratado. Também serão considerados os elementos intertextuais que estabelecem um diálogo entre K. – Relato de uma busca e outras obras do mesmo autor, quase todas atravessadas pela experiência da ditadura militar. O texto ainda se nutre de um diálogo com a literatura de Franz Kafka, referência explicitada por meio da denominação do personagem K. Para cumprir com essa proposta, serão considerados autores que trataram das relações entre literatura, história e memória, como Antonio Candido (1992, 2010), Seligmann-Silva (2008), Maurice Halbwachs (2006), Regina Dalcastagnè (1996) e Eurídice Figueiredo (2017, 2020). Os conceitos semióticos serão considerados a partir das abordagens de Greimas e Courtés (1984), José Luiz Fiorin (1999, 2006, 2016, 2018, 2019), Diana Luz Pessoa de Barros (1994, 2004, 2007), entre outros |