Buscas de uma memória: K. e o relato da dor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marcondes, Thaís Sant’anna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6668
Resumo: O livro K. – Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski, é uma narrativa que mescla relatos em primeira pessoa e em terceira pessoa para apresentar ao leitor a tragédia de um pai em busca da filha desaparecida durante o regime ditatorial. Abordando um assunto que se mescla à história pessoal do escritor, uma vez que ele foi preso e exilado durante a ditadura e teve sua irmã e seu cunhado desaparecidos por obra da repressão militar, o livro não opõe o plano referencial ao ficcional. Este preenche os vazios, abre as possibilidades de interpretação resultantes do silêncio violentamente forçado. Para isso, o texto articula diversos focalizadores e fragmentos de informação dispostos numa espécie de “puzzle” que dão o tom caótico de calamidade do período. Somado a esses aspectos, o livro trata da alienação das pessoas em relação à realidade cruel que se impunha na época, travando um diálogo com a obra de Kafka e seu universo irreal e burocrático. A remissão do leitor ao clima kafkiano constrói visões sobre o Brasil ditatorial, juntamente com o olhar de estranhamento do personagem principal, pai da desaparecida, que veio fugido da Polônia durante a Segunda Guerra. Assim, este trabalho tem como objetivo estudar o tratamento dado às relações humanas e históricas na obra de Kucinski, identificando de que forma o texto apresenta interpretações para esse período do passado que está em aberto através da memória, da diluição da fronteira entre testemunho e ficção, da fragmentação e da multiplicidade