Antonio Callado jornalista: a narrativa da grande reportagem e o ideal do Brasil possível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martins, Lilian Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180207
Resumo: Antonio Callado é reconhecidamente um dos maiores escritores brasileiros do século XX, autor de Quarup (1967) e Reflexos do Baile (1976), obras cuja elaboração narrativa são indissociáveis do contexto da ditadura militar no Brasil. Mas, o autor, declaradamente de esquerda, também foi jornalista atuante nas redações do país. Entre as décadas de 1940 e 1960, trabalhou no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, escreveu grandes reportagens - que até hoje são reeditadas em livros - e publicou artigos que fizeram com que os militares o levassem para a prisão mais de uma vez. Ainda assim, há uma lacuna nos estudos de jornalismo sobre autor. Este trabalho é uma proposta de compreensão sobre a identidade de Callado como jornalista e sobre como sua produção jornalística dialogou com o espírito de resistência de sua época. Para isso, nos dedicamos ao estudo contextual e analítico de todas as reportagens de Callado publicadas em livro: Esqueleto na Lagoa Verde (1953), Os Industriais da Seca e os Galileus de Pernambuco (1959), Revolução piloto em Pernambuco (1963) e Vietnã do Norte: o outro lado da guerra (1968), Passaporte sem Carimbo (1978) e Entre Deus e a Vasilha (1984). A tese está fundamentada na identificação e na análise das estratégias discursivas das narrativas, principalmente na assunção da subjetividade, autorreferencialidade e literariedade. Sobretudo, a tese se dedica a averiguar como tais estratégias estão em plena associação com a militância de um repórter que sonhava com um país que, ainda hoje, está longe de ser apenas uma utopia.