Fatores de risco para a saúde coletiva e para o meio ambiente na utilização de hormônios em programas de reprodução assistida em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jimenez Filho, Diego Lobon [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144965
Resumo: O objetivo geral do estudo foi avaliar os riscos sanitários associados ao uso de fontes exógenas de hormônios sexuais nos programas de sincronização e indução de ovulação “Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)”, “Transferência de Embriões em Tempo Fixo (TETF)”, "Superestimulação ovariana (SOV)” sobre a saúde coletiva e meio ambiente. Para isto, o trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo apresenta as considerações gerais sobre legislação, período de carência, equipamentos de proteção individual, grupos de risco e resíduos sólidos de saúde. No segundo capítulo o objetivo foi avaliar o conhecimento e a percepção de risco dos criadores de bovinos e médicos veterinários na utilização de hormônios e determinar os possíveis riscos para a saúde coletiva. Neste experimento foram entrevistados 65 criadores e 40 médicos veterinários que utilizavam hormônios nos programas de reprodução assistida em bovinos (IATF, TETF, SOV). A análise de correspondência múltipla foi processada com os fatores socioeconômicos (escolaridade, tempo na atividade) e a percepção de risco no uso de hormônios reprodutivos. A totalidade dos criadores entrevistados afirmaram que “os estabelecimentos que comercializam produtos veterinários não exigiram prescrição veterinária para a venda dos hormônios”. Os “períodos de carências” na carne e no leite eram desconhecidos por 69,2% dos criadores e por 65% dos médicos veterinários. Dos profissionais que afirmaram conhecer a informação, apenas dois a citaram corretamente. O “uso de equipamentos de proteção individual (EPI)” durante a manipulação dos hormônios foi declarado por 56,9% dos criadores e 92,5% dos médicos veterinários, sendo “as luvas de procedimentos” o EPI mais utilizado. Ao serem questionados sobre “o grupo de pessoas inaptas à manipulação hormonal”, 21,5% dos criadores e 62,5% dos médicos veterinários afirmaram conhecer o grupo de risco. Houve associação entre criadores com “ensino superior” e “tempo na atividade menor que 5 anos” com a variável “conhece o grupo de pessoas que não deve manipular hormônios” (p < 0,01). O fator socioeconômico dos médicos veterinários “mais de 11 anos na atividade” também apresentou associação com a variável “conhece o período de carência” (p < 0,05). O terceiro capítulo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos criadores e médicos veterinários sobre o descarte dos resíduos sólidos de saúde (RSS) e avaliar a possível contaminação ambiental durante a lavagem dos dispositivos intravaginais de progesterona. Foram consideradas questões socioeconômicas e sobre o descarte dos RSS. Além das entrevistas, foram realizadas análises de progestinas na água utilizada na lavagem dos dispositivos intravaginais de progesterona. As progestinas foram extraídas por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e analisadas por espectrometria de massas sequencial (MS/MS). Dos 65 criadores, 18,5% disseram ter “recebido orientação de como promover o descarte dos RSS”, entretanto, apenas um criador entrevistado promove o “correto descarte desse material”. A prática de queima dos RSS é realizada por 86% dos criadores. A quantidade de progesterona que sobrou no resíduo da água utilizada na lavagem dos dispositivos foi de não detectável a 515 µg/kg. O quarto capítulo traz orientações para manuseio dos hormônios reprodutivos e orientações para o descarte dos resíduos sólidos de saúde gerados durante os programas de reprodução assistida em bovinos. Por fim, conclui-se que existe falta de informação entre criadores e médicos veterinários sobre os períodos de carências dos hormônios, a importância do uso de EPI na sua manipulação, o grupo de pessoas que não deve manipular os hormônios, a exigência da prescrição veterinária para compra dos fármacos e o modo de descarte dos RSS gerados durante os protocolos hormonais.