Novos enquadramentos da violência contra as mulheres no ambiente on-line: análise dos ataques de grupos masculinistas contra o blog "escreva lola escreva"
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/252972 https://lattes.cnpq.br/7769103664026791 |
Resumo: | A presente investigação inserida na linha 1: “Desenvolvimento humano, diferença e valores”, desenvolvida no âmbito do Doutorado em Educação, buscou problematizar os novos enquadramentos da violência contra a mulher no ambiente on-line, a partir do estudo do blog “Escreva Lola Escreva” e de sua autora Lola Aronovich. Para isso, a interseccionalidade foi tomada como ferramenta analítica para pensar Lola (e sua escrita no blog), e as categorias que perpassam os ataques por ela sofridos, eixos que atuam em via de sua desumanização. Ao mesmo tempo, a interseccionalidade serviu à análise dos grupos masculinistas, envoltos em um pacto da branquitude, heterossexualidade, tendo como pano de fundo (e impulso de ações) o Estado-Nação brasileiro, palco de um recente recrudescimento do fascismo. Dessa forma, a metodologia adotada permeou o âmbito qualitativo dos estudos desenvolvidos no rol da interseccionalidade. Nesse contexto, os enquadramentos assumidos no presente trabalho no que concerne aos feminismos, busca relacionar os históricos deste movimento com as suas características centrais, abordando também os seus apagamentos, o que a nosso ver foi essencial para pensar a interseccionalidade em conjunto com os feminismos no Brasil, o que também auxiliou a discutir a emergência dos feminismos digitais. A partir disso, buscamos demonstrar na discussão sobre o aparato digital o porquê incluir em nosso trabalho a escolha do blog e apontar as conexões que se dão com o Twitter, no caso do “Escreva Lola Escreva”. Em conjunto, expomos como na atual sociedade da informação, novas formas de controle dos sujeitos são criadas e/ou potencializadas. Em seguida, analisamos como a violência perpetuada no ambiente on-line incide sobre o ativismo feminista, momento em que nos voltamos para a trajetória de Lola Aronovich em seu embate com grupos masculinistas, que se utilizam de notícias falsas, ameaças contra ela e sua família. Esses enfretamentos e a resistência de Lola levaram à aprovação do Projeto de Lei nº 4614/16, conhecido como “Lei Lola”, o que demonstra a importância de sua ação na militância feminista. Concluímos indicando como as categorias de raça, classe e gênero se tornam vitais tanto para a constituição dos grupos masculinistas, quanto na seleção de seus alvos. Além disso, debatemos a violência produzida sobre o corpo feminino, trabalhando com a hipótese de que há uma tentativa de desumanização destes corpos via discurso de ódio e violência que são perpetrados por grupos misóginos. Finalizamos propondo a articulação desses campos com a Educação, como forma de resistência e transformação da realidade estudada. |