Efeito dos AINES na fertilidade, perda gestacional precoce e mobilidade embrionária de éguas receptoras de embrião

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Okada, Carolina Tiemi Cardoso [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151426
Resumo: A administração de antiinflamatórios não esteroides (AINEs) no momento da transferência de embrião em éguas é empregada usualmente para conter a inflamação uterina e produção de prostaglandina F2α (PGF2α), na tentativa de evitar a luteólise. No entanto, estes fármacos podem prejudicar a produção de prostaglandinas pelo concepto e alterar o mecanismo de mobilidade embrionária e reconhecimento materno fetal. Nesse estudo foi avaliada a ação do flunixin meglumine (FM) em um grande número de receptoras de embrião (n=409) em um centro comercial de reprodução equina, verificando estatisticamente a ação deste medicamento na taxa de prenhez e perda gestacional precoce. Os animais foram divididos em dois grupos (FM e controle), recebendo uma única aplicação de FM na dose de 1,1mg/kg imediatamente após a transferência de embrião em éguas alternadas para correta randomização. A taxa de prenhez aos 15 dias do grupo controle foi de 70,95% e a do grupo tratado 75,22%, sem diferença entre os grupos (p=0,3337). Aos 60 dias o grupo controle apresentou taxa de prenhez de 65,22% e o grupo tratado de 65,92%, sem diferença estatística (p>0,05). No entanto, foi observado que a perda embrionária até 60 dias do grupo controle foi 5,03% e no grupo tratado 10,0%, havendo tendência (p=0,0578) para perda gestacional precoce. Em um segundo experimento, AINEs de outras categorias como COX-2 seletivo: firocoxibe e COX-2 preferencial: Meloxicam foram determinados a fim de tentar estabelecer um tratamento antiinflamatório menos prejudicial à fase de mobilidade embrionária. A comparação dos AINEs foi mensurada de acordo com a quantidade de movimentos realizados pela vesícula embrionária após o pico de concentração plasmática de cada fármaco a partir de ultrassonografias seriadas. Os animais foram separados em 3 grupos de 10 éguas cada (flunixin meglumine, firocoxib e meloxicam) e, a partir da confirmação da gestação aos 12 dias, foram iniciadas ultrassonografias por meio de palpação retal a cada 5 minutos durante 1 hora com o propósito de mapear a localização do embrião e o número de seus movimentos. A segunda série de ultrassonografias foi realizada após o pico plasmático de cada AINE estabelecido por grupo e a terceira série após 24 horas da aplicação do fármaco. A dose para o FM foi de 1,1 mg/kg, para o firocoxib 0,2 mg/kg e para o meloxican 0,6 mg/kg. O grupo FM apresentou média de movimentos embrionários por hora de 5.8±0.3 durante o momento controle e depois do tratamento 2.3±0.5, correspondendo uma queda de 60%. No grupo que recebeu meloxicam o número de movimentos do embrião no momento controle foi de 5.9±0.3, diminuindo para 1.9±0.3 durante o pico sérico do medicamento, representando queda de 67%. Contudo, o firocoxib não modificou os padrões de movimentação embrionária da hora controle (5.7±0.4) para a hora após tratamento (5.8±0.3), sugerindo que o fármaco não interferiu com a mobilidade do concepto. Após 24 horas do tratamento todos os parâmetros de mobilidade estavam dentro da normalidade, indicando que não há efeito colateral permanente do FM e meloxicam. Em conclusão, o firocoxib foi o único AINE relatado nesse estudo que não alterou a mobilidade embrionária, sendo considerado mais seguro para ser administrado em éguas no início da gestação.