O narrador e a figuração de personagens em Les misérables, de Victor Hugo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Erickson Henrique Martins dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214566
Resumo: A presente dissertação objetiva a investigação crítica do narrador e das personagens presentes no romance Les misérables (1862), de Victor Hugo. Nessa narrativa, a figuração de personagens difere daquela empregada em obras anteriores do mesmo autor, pois, em Les misérables, as personagens possuem uma função ainda mais essencial para o estabelecimento e o desenvolvimento da diegese, visto que são plenamente manipuladas pelo narrador, que cria, por meio da narrativa, uma rede de relações entre todas elas. Para a análise, precisou-se reclassificar as personagens considerando seu nível de figuração na narrativa, o grau de condução pelo narrador, o coletivo pertencente e o processo narrativo ao qual elas podem se sujeitar a depender do propósito narrativo. Para a verificação dessa nova proposta de classificação, escolhemos tomar duas personagens que funcionam como polos na narrativa, atraindo para si outros entes fictícios com níveis de figuração mais baixos. Os polos selecionados para este trabalho são M. Myriel e Fantine, pois as duas personagens foram classificadas em níveis diferentes na análise, além de apresentarem figurações muito distintas. A categoria da personagem literária foi, por algum tempo, negligenciada pelos principais teóricos da narrativa. O maior problema gerado por essa negligência foi a perpetuação da ideia errônea de que o ser ficcional é uma mera representação do ser humano na literatura. Para confrontar esse entendimento, fez-se necessário retomar todo o percurso da análise da personagem de ficção, desde o início dos estudos literários com o teórico Aristóteles, recuperando, posteriormente, alguns trabalhos gerados nos anos vinte, como as obras de Forster, Muir, Propp, entre outras, até se chegar aos estudos mais recentes como os de Antonio Candido, Carlos Reis, Cristina da Costa Vieira, Michel Zéraffa e Fernando Segolin. Esta dissertação integra a linha de pesquisa História Literária e Crítica do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários.