Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Jéssica Corrêa [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/136391
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Resumo: |
A realização da laparoscopia cirúrgica requer a insuflação de gás carbônico (CO2) na cavidade abdominal. O pneumoperitônio formado eleva a pressão intra-abdominal (PIA), deslocando o diafragma em sentido cranial, o que resulta em diminuição da complacência pulmonar e consequentemente formação de áreas atelectásicas. Este estudo objetivou investigar os efeitos do pneumoperitônio e de uma manobra de recrutamento alveolar (MRA) seguida por aplicação de pressão positiva ao final da expiração (PEEP) na função cardiorrespiratória em ovinos. Em um delineamento prospectivo aleatório cruzado, nove ovinos (36–52 kg) foram anestesiados com isoflurano e fentanil e submetidos à ventilação com volume controlado (volume corrente: 12 mL/kg) com o emprego do bloqueador neuromuscular atracúrio. Cada animal recebeu três tratamentos com intervalo de dez dias entre cada experimento: Controle (sem intervenção); Pneumo (pneumoperitônio mantido por 120 minutos sob PIA de 15 mmHg); Pneumo+MRA/PEEP (pneumoperitônio mantido por 120 minutos sob PIA de 15 mmHg e realização de uma MRA aos 60 minutos após insuflação abdominal seguida por 10 cmH2O de PEEP). A MRA consistiu em aumentos progressivos na pressão expiratória a cada minuto até alcançar o valor de 20 cmH2O de PEEP. As variáveis estudadas foram coletadas até 30 minutos após a interrupção do pneumoperitônio. A insuflação abdominal com CO2 diminuiu significativamente (P < 0.05) os valores de PaO2 de 435–462 mmHg (intervalo dos valores médios observados) no tratamento Controle para 377–397 mmHg e 393–413 mmHg nos tratamentos Pneumo e Pneumo+MRA/PEEP, respectivamente. A complacência estática (Cstat, mL/cmH2O/kg) diminuiu significativamente de 0,83–0,86 (Controle) para 0,49–0,52 (Pneumo) e 0,51–0,54 (Pneumo+MRA/PEEP) após a indução do pneumoperitônio. A MRA/PEEP elevou significativamente a PaO2 (429–444 mmHg) e a Cstat (0,68–0,72) quando comparada com o os animais sob pneumoperitônio que não receberam a MRA/PEEP (PaO2: 383–385 mmHg e Cstat: 0,48–0,49). A realização do pneumoperitônio aumentou significativamente a formação de “shunt” intrapulmonar; porém após a aplicação da MRA/PEEP houve uma diminuição significativa nos valores de “shunt”. Trinta minutos após a desinsuflação abdominal, a PaO2 e a Cstat encontravam-se significativamente menores e o “shunt” intrapulmonar significativamente maior no tratamento Pneumo quando comparado ao tratamento Controle. Durante os últimos 60 minutos de pneumoperitônio (Pneumo e Pneumo+MRA/PEEP), os valores médios de índice cardíaco (IC) foram 20–28 % menores (P < 0.05) que os valores observados no tratamento Controle. Após a MRA/PEEP, a pressão média da artéria pulmonar (PMAP) apresentou-se significativamente maior (47-56%) e a pressão arterial média (PAM) apresentou-se significativamente menor (16%) em relação ao tratamento Controle. Concluiu-se que a desinsuflação abdominal não foi suficiente para reverter os impactos negativos na função pulmonar associados à realização do pneumoperitônio e que a realização de uma MRA seguida por PEEP foi capaz de melhorar a complacência do sistema pulmonar e reverter o prejuízo na oxigenação ocasionados pela insuflação abdominal, sem, no entanto, induzir alterações hemodinâmicas inaceitáveis. |