Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Guilherme Sementili [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193744
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Resumo: |
O canal sonoro é um dos principais meios do comunicação animal. Como o som se propaga pelo ambiente, qualquer onda sonora é passível de ser alterada pelas condições do ambiente onde o emissor se insere. Determinadas características da estrutura do ambiente podem alterar a capacidade de um sinal ser detectado, como cobertura vegetal, condições climáticas, turbulência aérea, entre outros. Assim, o ambiente pode exercer uma pressão seletiva nas estrutura do sinal sonoro, fazendo com que os indivíduos alterem as características de seus sinais para maximizar a propagação do som em determinados ambientes. No contexto atual, a urbanização crescente vem modificando as condições naturais das paisagens sonoras, fazendo com que a estrutura acústica do ambiente também se modifique. Juntamente com a urbanização, a descaracterização das paisagens naturais diminui a cobertura vegetal, cria anomalias térmicas e aumenta o ruído ambiental, tornando o ambiente acústico muito distinto das condições originais. Assim sendo, a urbanização configura-se como um obstáculo importante para a comunicação sonora, principalmente em grupos animais que utilizam o som como mediador de suas atividades biológicas, como as aves. Por isso, faz-se necessário que haja um conhecimento de como o ambiente urbano afeta a estrutura vocal das populações animais que vivem inseridas em tal ambiente. Deste modo, o objetivo desta tese é verificar as possíveis variações vocais entre duas populações disjuntas de Troglodytes musculus, buscando relacionar estas variações à estrutura abiótica do ambiente. Foram analisadas as vocalizações de machos isolados que estavam vocalizando espontaneamente de poleiros expostos em ambientes abertos, evitando que as vocalizações fossem afetadas pela cobertura vegetal, pelas interações sociais e por objetos artificiais. Foram computados três parâmetros importantes dentro das emissões vocais da espécie: a amplitude sonora, a estrutura espectral e a complexidade sonora. Os índices obtidos pelos três parâmetros foram relacionados com a estrutura ambiental e com parâmetros morfométricos dos indivíduos. Por meio destas análises, observa-se que existe uma divergência vocal entre as duas populações. Esta divergência é influenciada principalmente pela absorção atmosférica do som e pelo ruído ambiental originado do tráfego de veículos. De modo geral, a intensidade e a frequência sonora tendem a aumentar com o ruído e com a absorção sonora. Isto indica que a estrutura abiótica do hábitat exerce uma pressão sobre as vocalizações da espécie, fazendo com que a expressão vocal seja adaptada para as condições ambientais em que o indivíduo se insere. |