Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Soares, Dandara de Carvalho [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151270
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Resumo: |
As reflexões relacionadas às relações étnico-raciais na Educação de modo geral, e em particular na Educação Física escolar ainda não avançaram a ponto de serem tematizadas junto aos conteúdos disciplinares. Inclusive, em 2003 foi aprovada uma lei que introduz a obrigatoriedade de correlações étnico-raciais nos currículos escolares brasileiros. Entende-se que a Educação Física deve proporcionar aos alunos vivências e compreensões da cultura corporal de modo que sejam significativas para a vida cotidiana. Considerando que os estudantes que estão atualmente nas escolas são nativos digitais e que a tecnologia faz parte de sua realidade, utilizá-la de forma pedagógica nas aulas pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, rompendo a visão de Educação Física tradicional, no diálogo crítico entre os conteúdos e as mídias, na transposição das atividades para a vida, entre outros aspectos. Deste modo, o objetivo da presente pesquisa foi elaborar uma unidade didática a partir do conteúdo do currículo do Estado de São Paulo para o Ensino Médio, utilizando as TIC para problematizar as relações étnico-raciais. Além disso, implementar e avaliar as percepções do professor e dos alunos sobre o trabalho desenvolvido. O percurso metodológico foi de natureza qualitativa, desenvolvido por meio de quatro etapas: 1) análise documental do currículo do Estado de São Paulo; 2) observação, grupo focal com os alunos e entrevista semiestruturada com o professor; 3) elaboração e implementação da unidade didática e 4) avaliação da unidade didática implementada. Os dados obtidos nas coletas de dados foram transcritos, revistos e classificados a partir da análise de conteúdo. Os resultados foram agrupados em três categorias principais: Relevância do tema; Preconceito racial e O uso das TIC. Sobre a "relevância do tema" verificou-se que tanto o professor quanto os alunos antes e depois das intervenções consideraram as relações étnico-raciais como um assunto importante para ser abordado na escola e nas aulas de Educação Física. Em relação ao "preconceito racial" observou-se que os alunos reconheceram que o mesmo não se trata apenas do ato de desqualificar o negro, mas também de privá-los de condições básicas para a vida, como saúde, educação e trabalho. Foi observado também que, mesmo depois da implementação da Unidade Didática, não houve alteração na postura dos alunos em relação às “brincadeiras”, os mesmos não reconheciam essas ações como racismo, consideravam que se tinham proximidade e intimidade com a pessoa, “brincar” com algumas características dos seus amigos não podia ser denominado preconceito, pois o objetivo desse tipo de ação não era insultar ou desqualificar. Quanto ao uso das TIC, três pontos merecem destaque. Observou-se primeiramente que a estrutura física da escola e a falta de conhecimento do professor sobre as tecnologias são fatores que limitam a inserção das TIC nas aulas de Educação Física. Em segundo lugar, a falta de empenho dos alunos também prejudica o trabalho com as ferramentas tecnológicas. O último ponto que vale ressaltar é que, mesmo com as limitações descritas acima, inserir as TIC nas aulas de Educação Física foi possível e elas potencializaram o desenvolvimento dos conteúdos. Considera-se com essa pesquisa que o currículo do Estado de São Paulo de Educação Física para o Ensino Médio possui conteúdos que propiciam a inserção das relações étnico-raciais. As TIC se mostraram essenciais para o trato desta temática, além de auxiliar na abordagem dos conteúdos, foram ferramentas que facilitaram a compreensão dos alunos acerca do tema, na participação e interação dos mesmos nas aulas e em atividades fora da escola. |